quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Teoria do Abraço

Abraço: "apêndice com que certas plantas se agarram a um suporte - os abraços da videira".

O abraço é suporte, como vemos na Natureza. Porém, o abraço, no ser humano, pode ser disforme, hipócrita, dissimulado, frouxo, conveniente, politicamente correcto, imbecil, manipulador, chantagista, etc e tal.
O ser mais iluminado da criação deu à palavra sentidos disformes. Não fora isso, e o abraço seria "o unir braços".
"Dar o braço a torcer"(humildade), "De braços abertos"(amor, ternura, aceitação), "Ser o braço direito de"(a pessoa de total confiança)...
Já me embrenhei no conflito de sentir alguns dos abraços que referi. São óbvios, cada vez mais óbvios, à medida que o tempo passa na alma.

Não questionemos o Abraço! Entrelacemos os motivos da alma. O abraço cura! Cura! Em todos os momentos, em todas as circunstâncias, todas!!!
O meu último, maior e intenso abraço foi... Em Março... Ao meu pai...
Em vez do "amo-te", abracem-se!E sintam nas mãos que tocam as costas, e no rosto que se encosta ao ombro, ao corpo, o antídoto para os dias que teimamos em não agradecer.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dezembro

Não, não abandonei os "gritos mudos"! Nem abandonarei (creio eu). Simplesmente, tenho que escrever outros textos, falar outras formas de linguagem, pensar de outras formas com objectivos precisos, porém também muito preciosos! Se preferia ter mais tempo para os "gritos"? Não. Porque não funciona assim... São coisas distintas. O trilhar de caminhos tão novos, tão desgastantes quanto fascinantes! Acreditem: estive "parada" no tempo com o tempo que tinha para percorrer, contudo hoje é o tempo que pára para eu passar, mas como ele é Universo, dá-me pouco tempo para o que tenho para fazer. Mas também me dá tempo para saborear vitórias e deslumbres! Tantas adversativas, que transmitem a diversidade em oposição, porém, (cá está outra)que convergem no roteiro que vou traçando no meu mapa e que vou partilhando com quem me lê, com quem se interessa: os amigos, os amores.
Sempre, sempre que o Tempo me dê tempo venho aqui. Porque os "gritos mudos" farão parte de mim. Obrigada, minha Amiga. Por perceberes que (como tu) não pertenço à manada. Como escreveste, há muitas pessoas mais ou menos. Eu (como tu) ou sou mais ou sou menos! Ler-te foi ter essa consciência julgada perdida... O que fica e rasteja pelo caminho, não me interessa. Porque já senti a solidão, mas hoje, sei que, apesar do pesar, ela foi a melhor professora.

sábado, 27 de novembro de 2010

Parece-me justo...

Amores De Estudante

São como as rosas d'um dia,
Os amores de um estudante
Que o vento logo levou
Pétalas emurchecidas
Deixam no ar um perfume,
De um sonho que se sonhou.

Capas negras de estudante,
São como asas de andorinha
Enquanto dura o Verão.
Palpitam sonhos distantes,
Alinhados nos beirais
No palácio da ilusão.

Quero, ficar sempre estudante,
P'ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado,
Baixinho dentro de mim.

Os amores de um estudante
São frágeis ondas do mar,
Que os ventos logo varreram.
Pairam na vida um instante
Logo descem, depois morrem
Mal se sabe se nasceram.

Mocidade, Oh! Mocidade,
Louca, ingénua e generosa
E faminta de ilusão
Que nunca sabe os motivos
De quanto queira o capricho
Ou lhe diga o coração.

Quero, ficar sempre estudante,
P'ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado,
Baixinho dentro de mim.



Quero

Quero mostrar-te este mundo
Quero dar-te olhos p’ra ver
O que te toca no fundo,
Qual a razão de viver.
Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.

Se eu puder descobrir,
Quero deixar-te encontrar
A razão de permitir
O coração comandar.
Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.

Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.
Quero ensinar-te a amar!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente,
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.


Augusto Gil

domingo, 14 de novembro de 2010

Viver sempre estudante

Para quem pergunta o porquê da escolha desta profissão. Eternos Estudantes, Boémios Devotos e Sonhadores, porém Conscientes, Crentes no Futuro e nos Seres que Ensinamos! Ainda que nos depreciem, existe o fado inerente, o destino a cumprir. Ai, saudade!...



Carved in sand

Faz mais de um ano que iniciei este atrevimento pela escrita... na blogosfera. Junho de 2009. Tantas, tantas emoções! Tanto frio, tanto calor, tanta luz, tanta escuridão, tanta paz e tanta turbulência, tantos sonhos, tantas desilusões, tanta escrita parva e tanta escrita mais ou menos. Tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco. É importante celebrarmos efemérides, porque mesmo que pensemos, por vezes, que a vida é um vazio... Não é. Afinal, estalam castanhas nas tardes frias, bailam as folhas cor do bronze ao vento impetuoso mas sedutor do outono, fazem-se presépios (ainda sou do tempo e da crença) abraçam-se os companheiros da vida, está-se perto nos piores momentos quando todos compreendem o milagre da Vida e a sua crueldade! Muitos bebés, muitos cafés, muitas desilusões, muita, muita saudade...
Colocam-se as máscaras dos mascarados na Vida, no carnaval, celebram-se os santos que abençoam a mesa de vinho e broa e amigos; recebe-se a cor dada pelo sol e o sal dos mergulhos do calor dos corpos que apenas querem repousar... E a Vida permanece! Qual vazio? O vazio existe para quem é humano. Contudo... deve ser apenas um voo imperceptível do efémero. Anotemos, ainda que apenas no coração, o que vivenciamos, e descubramos que a Vida é um círculo ao sol, repetido, mas sempre feito de forma diferente.
Gosto das expressões "carved in sand" e "go with the flow" e "it's a beautifull day" e " não há mal que sempre dure" e "quero viver sempre estudante" e "depois da tempestade vem a bonança" e "ama e faz o que te apetecer" e "tres cosas ay en la vida: salud, dinero e amor"...
Gritos mudos, num mundo, numa cidade, num espaço. Ai quem me dera conseguir dizer com precisão, por palavras, todo o Mundo que existe em mim!...

domingo, 7 de novembro de 2010

Easy...

Não me parece que a vida tenha mudado. Nem me parece que o Sonho da Humanidade seja diferente. Nem tão pouco que os humanos estejam perto do abismo. O que me parece é que no ser humano existe uma espécie de vírus que apenas se mostrou agora.Recuso-me a acreditar que a Humanidade seja isto! Recuso-me a aceitar um vazio de tal natureza. Leio um livro para crianças e, se o vírus aqui está prestes a mostrar-se, eu descobri o antídoto!
Apesar dos fretes da vida que nos é imposta por quem não escolhemos, das amarras que são vivas, nunca nada é fatal! Agarrei-me a uma semana de aulas, esqueci a desgraça dos desgraçados e quis brincar de ser professora. Ainda que por instantes,levantei a cabeça e disse: Eu vou contribuir! E que venham todas as armas de destruição em forma de gente, porque as armas são gente. Não vale a pena! A gente será mais forte do que as armas! Enquanto o meu Mundo se metamorfosear, enquanto eu tiver suporte, enquanto tiver ouvintes nem que seja o gato que está na Mãe, não derrubarão o Ser!
Os desafios cruéis são impostos por impostores. Então, porque exasperar? Não vale a pena!!!... (sorriso)

sábado, 16 de outubro de 2010

Antes que seja tarde

Não será fácil escrever este "post"... Happy New Year! Desde já! Antes de ser o momento que é suposto! Happy New Year! Até há pouco tempo atrás, esta memória seria lembrada com mágoa. Mágoa do que foi e já não é. Contudo, hoje, neste momento, já não é mágoa... Apenas o recordar de um tempo passado, em que fui feliz. Mas o ser feliz é muito complexo. Era feliz "no dia em que festejavam o dia dos meus anos e ninguém estava morto". Mas esse ser feliz é relativo. A Vida passa. Cada momento é pessoal e intransmissível. O que eu fazia e sentia quando escutava e cantava a música dos Abba é-me hoje precioso. O tempo passa e ninguém permanece igual. Por entre "a chuva de Maio", eu lá conseguia o meu "Happy New Year!"... Não vale a pena viver no passado. O fundamental é acolher no coração e prender na alma o que sentimos, que hoje é já distinto... Happy New Year! Antes que chegue o momento suposto de desejar tal! Antes que nos esqueçamos que hoje, amanhã, será o nosso novo ano: quando fazemos preces, quando temos que rapidamente pensar naquilo que tanto desejamos... Assim, de repente! Vamos com calma... Desde já... Pensar que hoje, amanhã, é o princípio do que quisermos. Porque na passagem de um ano para outro andamos demasiado atarefados e condicionados, que não conseguimos perceber para além da simples superstição. Não sou nem estou de todo contra ela... Mas... Amanhã e depois quero que seja um novo ano! O "Happy New Year" que eu cantava e decorava sem me saber. E estava tudo bem... Apenas concluo que em cada dia, há que dar valor ao que temos no momento; constactar que estamos no local e no tempo certos. Que os flamingos continuam a ter a sua elegância, que os cheiros da lúcia-lima permanecem a enebriar os sentidos, que a força do mar desencadeia em nós sentimentos que não podemos esconder. Que a caminhada pelo campo é divina, que o aconchego é fundamental. Que o medo é inerente à Vida e que a alegria também. Que o sol nasce, morre, para renascer, todos os dias. E ainda que a jornada seja dolorosa, às vezes... Tudo muda... mas a Natureza, o Amor, a Ternura, a Partilha... NÃO! Este ano será diferente... E dói... Mas por ele, por mim, pelos que me amam deverei cantar "Happy New Year". Agora com a voz mais afinada, com os sentidos mais despertos, com um novo fato de gala! Apesar do que falta, e muito, quero cantar "Happy New Year"! Por mim, pelos que estão aqui, pela dádiva de perceber, nem que seja por breves momentos, breves momentos, que a Vida não pára por nenhum de nós, por nenhum motivo. E se algo vos faltar, se alguém mais desejarem, pensem que estão no local e no tempo certos. Nem que doa... Deixará de doer tanto... Mas fiquem pertinho de quem amam e de quem vos ama. P.S. É que na passagem de ano não vou falar convosco, nem comigo... Já formulei os votos... Nessa altura vou, simplesmente... Viver!

domingo, 3 de outubro de 2010

Coisas do Além...

Um extraterrestre veio à Terra observar-nos e perguntou a si próprio, com os olhos esbugalhados de E.T.: "Os abraços? Onde estão os abraços???!!! Quando regressou a casa, disse com convicção: "Não vale a pena a junção!" O chefe, com ar de reprovação perguntou porquê! E a resposta foi: "O que procurastes(vós)só encontrei em seres que não me pareciam humanos. Estavam numa cena (sim, porque o calão é universal e interplanetário!) que se chamava... hã.. ai.. tinha bué da gente... ai, ai, ai... hã... era tipo um jardim... jardim... jardim..." O chefe irritado apenas suspirou e retorquiu: "Zoológico!!! Mas isso já EU sabia!!!"

"Dá-me um abraço, que seja forte e me conforte a cada instante..."

Renovar

O vento sopra muito forte lá fora... E sinto-o absolutamente acolhedor... O vento vai onde quer e sopra como quer. Passa. Volta... É tempo de renovar... o outono... parece que o mundo vai desabar! É preciso que assim seja, pois sem renovação não há vida... Por muito que o rasto do verão nos acene, numa despedida cruel...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Se tivesse sido eu mesma, sem vacilar, sem hesitar, sem me me deixar manipular... Vão chegar os carrascos do manipulador. Novembro... 2008...
E agora eu: brinco!

Mértola

Tenho saudades do tempo em que fui feliz... Do tempo em que não amei: recusei. Do tempo em que não dei: fui amada. Do tempo em que fui, sem me fazerem perder. Do tempo em que não conhecia o verdadeiro rosto da vida. Do tempo em que colhia os frutos da Terra e me seguiam. Do tempo em que eu sorria... O estado mais natural do Ser. Saudades de todas as pessoas que eu sei. Saudades, simplesmente... Saudades...

Mértola. Com Amor...

Foge!

É tão fácil fugir. O difícil é fugir quando se está preso. Ninguém sabe a sorte dos que não sentem. Eu não sei. Foge! Foge! O grande em que te tornaste não é uma partícula minúscula do que me vou tornando!

Humanos

Acabou. Agora acendo a lareira. Dos meus amigos, da minha família, do meu coração. Levo na bandeja o vinho ácido que regou o passado. Hoje levo a bandeja dos retalhos de quem ficou. Quem partiu teceu a sina para comigo. Malditos! Não me procurem! Não se mostrem por meios indefinidos e tão vulgares|! Estarei na mesa dos fiéis até ao fim. Lambam-se, idolatrem-se! Eu encontro o meu caminho de repente. E na hora da morte, vou encontrar-te a rastejar na lama, só porque me feriste no calcanhar! Podes ter sexo, drogas e... seja lá o que for. Eu tenho o caminho quase percorrido, de bandeja, onde brindo com quem quero, pelo mal de ti!

domingo, 26 de setembro de 2010

Marta

É bom ser-se simples! Deprimente é ser-se simplório. A educação e formação (e não me refiro à formação académica) são ar puro, fresco. A falta de consideração, respeito e de formação (e não me refiro à formação académica) são constantes ratazanas de esgoto! (Conheço gente iliterata que fascina!)
O respeito pelo outro está a perder-se. A união e a partilha serão em breve palavras que passaram à história, como "vossa mercê". Pessimista? Não, não sou, até porque tento sempre! Mas é difícil com muitas pessoas. E depois dizem-me dás-te demais, não podes ser assim... etc, etc. Não, essas pessoas é que não devem ser assim! Conheço algumas pessoas magníficas! Nunca pensei ouvir de gente com muita formação coisas que não lembram ao diabo!
A Marta, o nome deste "post" é uma menina, uma adolescente que adora escutar, que se fascina com o Mundo, que sorri, mesmo que nela se possa sentir um sorriso triste... Que não teve uma vida facilitada, mas que afagou o seu ser com o que existe de melhor nos seres humanos. A Marta é alguém muito especial! Aquela pessoa que desejamos colocar num lugar longe de qualquer má influência. A Marta respeita-se e respeita. A Marta abraça. A Marta não se deixa influenciar pelas modas! A Marta sabe o valor do sorriso, do afecto. A importância dos amigos, o valor da família. A Marta escuta. E no entanto continua a sua própria vida, tal como tem que ser.
É simples, é humana, é muito bem formada! Ah! E por acaso é Linda por fora!

À minha afilhada. Marta Freitas.

Aberrações!

Não me peçam para aceitar. Pavilhão de Nanotecnologia (a escolha incidia em 3 cidades: Madrid, Santiado e... tcharam: Braga). Hotel Meliã. Bragaparque. Fantasmas à nascença no domínio de Brácara Augusta. Eram sonantes e imponentes os nomes dos conquistadores. São sonantes e deprimentes os nomes das manifestações de cultura, lazer e turismo desta cidade.
Não percebo NADA de política. Mas sei o que se passa. Tanto investimento. Tanto tormento. Não se fala, fala-se em surdina, receia-se.
Dêem-me a Bracalândia e eu prometo não voltar a dizer "aquilo era muito mal explorado!"
Dêem-me uma cidade de harmonia e qualidade de vida, dêem-me um país que eu queira escrever em maiúsculas! Que solidão! Deixam-nos terrivelmente livres! Dêem-me um país Humanista, um país de Esperança. Tenho tanta coisa para dizer! Incrivelmente, nunca imaginei sentir fecharem-me a boca. "Votar é um direito, um dever cívico" É um país, uma cidade de cegos e surdos! Idolatra-se o que é perfidamente conveniente. Não é bom viver em Braga! Enquanto tiver que acordar 20 minutos mais cedo por causa de obras sistemáticas, nos mesmos sítios! Enquanto estiver à espera que o pavilhão transforme a cidade e o mundo, enquanto olhar um mamarracho que mais parece a torre de controlo de um mundo surreal, enquanto tiver que subir e descer com o carrinho de compras durante uma tarde... Enquanto, de vez enquanto, tiver que ver a cidade em obras e obras e projectos falhados, e falta de espaços VERDES e... Não me digam, por favor, "É bom viver em Braga!"
Com decepção! O terceiro mundo envernizado com massimo duti!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Untitled...

Penso que sou a sereia
Serei eu a voz que encanta
Enquanto os outros baixinho
Baixam os olhos de espinhos
Lancetando a vida alheia?

Alheais-vos do que ouvistes
Escutando cantos tristes
Torturando aquele encanto
Da música lenta e branda que nunca mais outra vistes

À meia noite em ponto
Indelével como a passagem do tempo
Ela surge sufocando-se em esperanças
Que o tempo rega

O Canto? O Canto?
Onde está?
Nas histórias de magia
De um livro inacabado.

Canta| Canta Sereia!
Deixa os pés dos que cá estão
Pisar apenas a areia
Sem saber por onde vão.

Canta, pois cantar é desfazer
O feitiço de duende
Que qualquer forma assume
E ninguém sabe o que quer.

Canta, para a multidão que surda
Te quer emudecer.
Deixa, porque apenas um sonho basta
Para se ser o que se quer.

Canta alto, canta baixinho
Mas que a tua voz de carinho
Faça a montanha abraçar-te!

Que a tua cauda de peixe
No hibridismo do ser
Seja chamada de humana

E afinal só quem não sabe quem és
Se confunde nas marés
E chama-te desordeira

O céu é igual!
Mas que ideia a tua?
Quereres que o teu canto
Seja mais verdadeiro que a mágica luz da Lua...

Corre, corre e abraça
Entrelaça a voz e o corpo
Vibra, vibra
Não pares de sonhar

Outrora foste miragem
Desapareceste quando te aproximaste
Não te mintas
Agarra a cauda
E caminha na certeza
De que a cauda em que seguras
São os pés da viajante
Que trémulos mesmo ainda
Mostram ao Mundo a Verdade
Em permanente Beleza.

Pormenores

Quando se ensina sem saber, o melhor é estar calado! Quando nos pedem para falar sem querer ouvir efectivamente o que sentimos e dizemos, o melhor é não perguntar.

Outra Heroína

Pelo pulsar do meu ventre percebo... Afago-o... Responde-me... Inquieta-me...
Agora quero-o sentir... Escutar... Apenas...
Respostas que nunca soube dar. É só escutar. De imediato. O primeiro pulsar. E tudo fica desvendado. Se não me deram a força, agora tenho outra força. Cá dentro... Muito maior. Como nunca imaginei...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Se eu tinha sonhos? Não. Tenho. Se eu tenho dúvivas? Não. Tinha. Se eu tenho saudades? Sempre. De algo, de alguém. Setembro é apenas um mês de 30 dias. What else?...



Forças

Quanto mais quis dizer o que senti, mais magoada fui. Pela indiferença, arrogância, inconsciência, manipulação de quem me magoou. Doeu a resposta, a mensagem, a imagem. Doeu-te e ti? Tenho a certeza. Porém, está no sangue dos cobardes continuar a disparar em quem já está sem vida.
O mundo está cheio de vazio. Nunca penses que sabes o que o outro sabe muito bem.
Na impetuosidade dos relâmpagos, ilumina-se o que parece escondido. E é nessa mescla de escuridão e luz que o Universo mostra o poder sobre os fracos. Podes até olhar as estrelas. O que sentes? Podes cheirar as flores do campo. O que te inspira? Podes ver o pôr do sol. O que te emociona? Podes mergulhar no mar? O que te arrepia? Podes sentir o calor morno da terra. O que choras por amor? Podes querer amar. O que te move? Podes ver uma criança? O que te diz? "Sete piratas sobre um caixão, oh, oh, oh oh oh, e uma garrafa de rum..."

O coração só está em paz quando a mente se pacifica. Mas que interessa isso? Nada! E então apaziguar os outros em detrimento do ego... Perda de tempo! "Eu gosto é do verão":) mas estou preparada para o inverno:)... "Sete piratas sobre um caixão, oh, oh, oh oh oh, e uma garrafa de rum..."

Amanhã vai trovejar. Boa! Rujamos como os trovões e incandesçamos como os raios!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Garras

"A leoa recuperou a sua cria. Tudo está em paz na selva".
Esta é, mais ou menos assim, a frase com que termina o filme "Kill Bill-A Vingança" do Tarentino. Haja ou não filhos, a Mulher ataca, para defender o que é seu. Por caminhos nem sempre pacíficos, nem sempre os correctos e justos a outros olhos. Mas isso é outra história parte integrante do reino animal, do qual nós, humanos, fazemos parte, somos espelho e testemunho (pode ser cruel, eu sei). Talvez, por certo... há outras coisas que movem uma Mulher! Mas não há nada de mais genuíno, espontâneo. avassalador, compreensivo, irado, sensível do que as atitudes de uma Mulher perante o "perigo" em que possam estar os seus!
Choca, choca muito escutar e ver o que no mundo se tem passado e passa. O que se faz por... Não sei! Não sei mesmo... "As garras da felina me marcaram o coração..." Aparte sensualidade e sexualidade a que esta canção possa ser associada, garanto-vos que não é só por aí! Penso que não sou boa com crianças. Mas o mais engraçado? é dizerem-me exactamente o contrário! Pelos que amo, pelos que não se conseguem defender sou capaz de tudo! Não há cansaço, não há perda de tempo, não há adiamentos, não há compaixão. Desligo a televisão, não quero escutar, não quero ver, não preciso de saber... Nunca desafiem uma leoa. Ela pode ser cruel!
Porém, há pormenores... e aparte estes dons, ela é um gatinho doce... É só preciso... sondar, observar, saber, seduzir, amar)...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

"Se a tua felicidade depende do que fazem os outros, eu penso tens um grande problema…"
Richard Bach

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sodade

Aindo amo
Tudo
Os momentos

Cresço como as marés
ceifo as ondas
e guardo guardo tudo

O que foi bom
O que se filtra
Em todas as noites de estrelas

Em cada Céu
Em todo o azul
Na brisa dos meus sentidos

Nos cheiros
Na rugosidade
Na maciez

Talvez entendas
Ou nunca
Mas fui sempre Águia

Leoa
Cavalo
Medo

Orgia de tudo
Deslumbre
Desilusão

Se me soubesses
Se eu a ti
Tudo seria inteiro

Tinteiro de escrivaninha
A sufocar de contar
De sentir

De desejar fugir
Para o Longe

Poder de saber
De Viver
De conseguir

De voar de asas cortadas
E tropeçar
E cair

Surge a Aparição de mim a mim a mesma
Dor?...
Parte da Vida
Que ainda estou por velejar

CV

Nostalgia... Lamento quem não sinta nostalgia... É sinal de que não viveu. Tenho ainda (e sempre) muita fome, muita sede, muita sedução, muito desejo do Mar. Da Água. Finalmente, mergulhei! Agora tenho esse Poder, essa Liberdade, essa Libertação! Estou grata! Sodade... Sodade... Sodade, dess'minha terra de Cabo Verde...

Opções

No caminho percorrido e a percorrer, mais ou menos sinuoso, o que fica são os Afectos. O Amor que partilhamos, as emoções que sentimos, os risos, os choros, as alegrias, as loucuras.
Talvez me mostre em demasia no meu blog. Talvez devesse não revelar a minha identidade. Talvez não me devesse expor tanto. Mas... É assim que sou. Talvez lime arestas, mas e apenas por mim. "Gritos Mudos" é o nome do meu blog. Apenas serão mudos, se houver surdos:)
Aquilo que fica são os Afectos. A transparência, a Verdade. Este é o meu caminho. Muito mais eu busco, mas não há nada que possa ser mais precioso do que os afectos constantes, sem inconstância (pleonasmo, eu sei, e sei a sua expressividade). Por muito que a vida dê voltas e reviravoltas. Por muito que tenhamos para fazer.
Esta frase não é minha, mas é algumas vezes referida no meu blog: A vida passa demasiado depressa. Que nunca se adiem os Afectos. Entretanto, vamos observando o que é ou não válido para nós.`Dói tanto, às vezes, porém não se pode mudar os outros.
Nestes últimos tempos, com temor e paz, constato que a raiva, o ressentimento, a mágoa, etc... enreda-nos e nada de bom nos "oferece". Apenas vazio... Um terrível vazio... Sem nada por resolver.
Não, não vou mudar quase nada. Apenas vou limar as arestas para perceber por que estou aqui, por quem quero estar rodeada, quem é quem neste puzle tão ridículo como extraordinário que é a Vida.
Sei do que gosto, sei quem não quero, sei quem recordo, sei o que quero... Agora, será apenas uma questão de sintonia. Não podemos mudar as pessoas. Porque pior do que pensarmos que elas podem mudar, é a tristeza e desgaste, muito desgaste emocional, já que estamos aqui apenas por nós e por aqueles que são as nossas almas gémeas. O Amor? :) Primeiro nega-se, depois renega-se, depois chora-se, depois aceita-se. E finalmente vive-se! Hoje, mais perto, amanhã mais longe, mas só pode ser Autêntico!
Não sou de pormaiores, sou de pormenores. Pois é... Continuo a expor-me demasiado, não é? Ainda bem:)...

domingo, 1 de agosto de 2010

Se vos faltarem cromos na caderneta, eu tenho, e repetidos!

Reprovar? O que é isso?...

A min. da edu. propõe que os alunos não reprovem. Eu, pessoalmente, acho fantástico! Os pais(indulgentes) ficam satisfeitos! O País agradecerá o sucesso! Os professores não têm com que se preocupar! As reuniões vão acabar! Oa alunos vão-se baldar! Os pais vão achar que têm filhos brilhantes! Os professores vão dar aulas, apenas, apenas, para ganhar o dinheirito, que faz muita falta! A opinião pública vai dizer (FINALMENTE!) que há professores brilhantes, com férias muito bem merecidas! O estatuto do aluno recém criado será uma treta! A vida na Escola será o Paraíso na Terra! Preparar aulas e escolher materiais interessantes e as cenas dos quadros interactivos e afins deixará de ser um desgaste para os professores! Todos comentarão: Portugali é mesmo 'spectáculo, ou deverei escrever espetaculo, ou expectacolo, ou echpequetáculu??? Hein?!!! Não se preocupem, tanto faz. Até porque andamos neste momento com uma "pequenita"!!!!!! trabalheira com os novos e exigentes programas e com o práctico (ou será prático?) acordo ortográfico! A vida é bela!!! Ganda ministra! Gandas profs! Ganda Escola! Todas! Todas as Escolas vão ser magníficas! Os putos serão brilhantes! Exercerão a profissão que escolherem com dignidade e conhecimento! Bons médicos! Bons professores! Bons engenheiros!! Bons advogados!
Óptimos (desculpem: ótimos) tudo!!! Ter um professor na família será, como há uns anos atrás, ter alguém a trabalhar nas rádios-piratas (ou será rádios-pirata?... ou rádio-piratas?... Estou confusa...) Mas é por um Portugal melhor!!! Sem dúvida!!! Graças! pela ministra sorridente que não quer ver os professores na rua!!! Acabou a avaliação interna externa e visceral!!! As vísceras são efectivamente as únicas a queixar-se!!!

Que é isto??? Que pensa a min. sorridente do Ensino? Ela até foi professora e é escritora! Já não faltava a m... da cena com o Sousa Tavares agora vem esta completa aberração!!! Façam-me passar todos os alunos e dir-vos-ei: tenho pena dos miúdos! Tenho medo do futuro deles! Tenho pena do que a sociedade será! Tenho desgosto por pensar que não estarei aqui a fazer nada!!! Professor? Que profissão é?! Ah! Aquela... do país feliz da ignorância e da permissividade!!!
Aos pais digo simplesmente: sejam vocês a Palavra, porque a nós este sr. e sra. já não nos ouvem há muito tempo!!!...

Só terei pena... dos miúdos... que amo... e de nós... A Escola, base de formação de toda a sociedade, transformar-se-á, assim, no maior espectáculo (ou será "espetáculo?"........
Um cancro surgirá na nossa sociedade!!! A sociedade que não conhece, não sabe, não estuda, não se esforça, não quer ir mais longe, não se orgulha, não sua, não tem dúvidas, não tem ambições, não tem competências, não tem valores, não tem rigor, não tem inteligência, não tem discernimento... não tem nada...
Acabem com esta agonia de vez!!! É que honestamente e neste preciso momento nem me apetece dar aulas... uma tarefa maravilhosa que virá na net (porque não haverá História) como mais uma espécie extinta!!!

Indignem-se!!!

"Não digas nada...
Quero sem ter sossego, sossegar..." Ah, Fernando (Quem??? Ah, o Pessoa???? Quem???)... Deves estar a dar voltas na cova!...

Desafios

Tudo é um desafio. Tudo! Podemos não considerar como tal as nossas acções, escolhas, pensamentos, inquietações. Mas tudo é um desafio! Desafiamos a cada dia os nossos dias. Sair de casa é um desafio, conduzir é um desafio, contactar com os outros é um tremendo desafio, desafio esse que estabelecemos todos os dias, aqueles dias em que não nos soterramos no sofá da nossa casa. Iniciar as férias é um desafio. Recomeçar o trabalho é incrivelmente desafiador!
Atentemos na palavra: desafio:

s. m : Provocação; Porfia (perseverança; afinco; constância; pertinácia; obstinação, teima); Despique; Jogo.

Como não acordamos cansados? Se até desafiamos os deuses, os pais, o governo, os amigos, os desconhecidos! Se conscientemente nos apercebermos destes desafios, consideraremos a nossa vida muito mais rica, muito menos, insípida, muito mais gratificante! Por isso, da próxima vez que alguém vos irritar porque não cedeu passagem num cruzamento com prioridade, pensem. antes de fazer a voz bradar, que este é um desafio! Que fazer? Talvez escutar aquela música e pensar: "quero lá saber!" Ao chegar a casa, outro desafio se deparará. Continuar a escutar a música, tomar um banho daqueles, amar, ou blasfemar com alguém que, quiçá, simplesmente, não sabe as regras de trânsito. Os desafios são opções, conscientes. Apenas nós fazemos mal a nós mesmos! E se alguém nos desafia porque entrou na nossa vida, disse e desdisse, roubou a Paz e a Alegria, pensem que o desafio será mandar essa pessoa desafiar as piranhas!

Vou-te contar

Música e Palavras... dois dos grandes amores da minha vida!... "Coisas que só o coração pode entender..."

Deixem-nos falar por mim

Há sempre alguém que nos diz muito em tão pouco... deixo-os falar... os pensadores...por mim...

Charles Baudelaire:

Embriaga-te

"Devemos andar sempre bêbados!
É a única solução!
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar. Com vinho, com poesia, ou com a virtude. Escolhe tu, mas embriaga-te! E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com vinho, com Poesia. ou com a virtude".

"O homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes."


Bob Marley

"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risadas do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que às vezes não demonstra a insegurança por detrás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles a quem eu digo isto, e irrito-te de forma inexplicável quando não têm fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas para quem eu me explico..."


"A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la!"

Aos amigos que tive hoje e sempre!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Amor

Os Incas, os Astecas, os Egípcios, os Árabes, os Holandeses, os Suecos têm filosofias brilhantes de vida! Tão distintas, tão semelhantes, tão esotéricas, tão livres! E nós, o que temos? Gente dispersa do rebanho que diz ser criada por Deus. Gente (alguma, muita) tão sem espiritualidade, a não ser uma e não se admite que seja outra! Não, não me digam que "ah e tal porque estes e aqueles também..."

Só vale ser feliz!

Não, ainda não me encontrei, mas sei que só o farei por sentir e desejo que assim seja, pois sem espiritualidade, não somos grande coisa...E o que constato (e não me absolvo de tal) é que crentes e descrentes estão completamente lado a lado, na pouca e muita força com que expressam a sua espiritualidade! Houve quem me, e por entrelinhas, me dissesse que "Ó pá, tu não gostas de crianças!" Que básico! É mesmo muito básico! Eu digo-vos o que penso: as crianças, os adolescentes são A VIDA! Não lhes tirem A VIDA! Conheço pouquíssimas pessoas que efectivamente me mostram o que fazem pelas crianças "de quem não gosto, ah ah ah ah!!!" (pura ironia!!!!) Eu, simplesmente sei a tremenda responsabilidade que seria ser mãe. Os meus filhos... (nem se debrucem sobre o assunto, porque não tenho paciência para preconceituosos) seriam pelo menos estimulados, e quando digo estimulados inclui Amor, Amor e Amor... ;mas como creio não ser capaz... Ou serei? se calhar tenho que ver como é... Mas uma coisa eu sei: há pessoas que nada sabem de mim!

Aos meus amigos B. e F. os mais saudáveis pais que conheço... A vários níveis.
Brindo às crianças, aos jovens!!! Os adultos não sabem o que dizem! Falta-lhes a inocência, a verdade e a pureza das crianças!!! Um dia destes, apesar dos meus "princípios", quiça preconcebidos, ainda concebo uma!:)

Bom, num "post" anterior referi-me a uma constatação de vida e tenho que a repetir: "Elogiar-se a si mesmo é prova de ignorância." Textos Judaicos
Há gente que gosta de viver enganadinha...
É um defeito meu: não conseguir estar calada! Defeito???...................

Amarras

Numa janela, defronte para o mar, donde ninguém se vê, ela pensa e entristece-se. Pergunta: o que sou eu?, o que faço aqui? Por que estou aqui? Sabem porquê? Ela não encontrou o seu caminho, e não receia dizê-lo a ela mesma. Não consegue sentir o mar, a beleza, a inocência, a liberdade, a nudez que já experimentou, mas que as circunstâncias da vida parecem ter-lhe tirado.
De que vale uma janela defronte para o mar?
Mas antes que venha a "censura" ela sabe... E sabe tanta coisa que não cabe na palma da sua mão, imensa e tremedamente mais pequenina do que o mar... É belo o Mar! Mas ela não o consegue navegar, pois o que lhe foi tirado é imcompreensível... e pior do que isto, pobre menina, é não ter quem efectivamente lhe dê motivos para navegar...

sábado, 24 de julho de 2010

???

"Não sejas morno. Sê quente ou frio." Existe na Bíblia uma frase mais ou menos assim. Há muitos anos, vi um filme de Franco Zefirelli que se intitulava "Jesus de Nazaré". Esse filme foi extremamente importante para mim. Porque não sigo normas, nem estou ligada a padrões estabelecidos pela religião, graças a Deus! E nesse filme eu vi um homem tolerante, despreconceituoso, pacífico, mas assertivo. Um homem fantástico: Jesus Cristo.
Já disse, por muitas vezes, que não sou daqui. Que não me identifico, nem me sinto feliz na grande maioria das vezes! Não adianta eu tentar juntar-me ao rebanho! Eu não faço parte deste rebanho! Nem aqui, nem na China! Não sou "morna", e custa-me suportar gente semi-aquecida!
Para as pessoas está tudo bem.. Sempre. Tudo é aceitável. Tudo se compreende... Não sou mesmo nada assim! Sou de extremos. Sou cruel! e sou tão meiga e leal como poucos conseguem ser (sem modéstia).
As pessoas nem conseguem animar-me. "Perdoam" tudo... Entendem tudo... Sei lá... E no entanto, sabe-se que não é bem asim... A compreensão e o "perdão" parece ser só para alguns. É absolutamente inacreditável, um ser humano assim! E a questao do Perdoar é fundamental para a nossa Paz! Mas não é desse "perdão" que falo como é óbvio...
Graças aos céus que conheço quem não seja tão... certinho... tão regradinho... tão bom... E sinto-me muito bem!
Observo muitos males de alma, mas sobretudo observo muita passividade. Por isso, digo que não sou daqui. Conheço uma pessoa, mulher, só por acaso, que se rege por "leis" que a levam a percorrer todos os caminhos que lhe apetece. Tem meios, tem suporte, tem vontade e é mesmo muito interessante! Admiro-a muito!
Não sou daqui. Prezo muito os meus amigos, mas não sou daqui. No entanto, sou cobarde. Vou ficando. Mas de forma consciente, pois tenho duas mulheres que AMO que não conseguiria "abandonar".
E quando grito e me mostro, choco, e o que tenho como resposta é... Nada, ou quase nada, ok.
Como é possível estar numa festa sem fogo de artifício? Como é possível chorar e rir sem mostrar emoções?! Porém existe tanto "perdão". Como é possível que amigos não se juntem mais vezes? Como é possível o domínio de homens e mulheres uns sobre os outros? Como é possível? Não sou daqui. Abram o vosso espírito e deixem de julgar, porque o meu julgamento poderá ser terrível!
Apenas não me peçam para acatar o que não sou, não quero e não suporto: a extrema compreensão com tudo e com todos, a resignação, sei lá, tanta coisa!!!
Não sou daqui. Mas tenho muito jogo de cintura para cá estar. E cortesia e sensibilidade. Mas... Onde estão vocês? Na vossa vida, eu sei. Eu tento entender. E vocês fazem o mesmo comigo? Talvez. Como! Bebo! Fumo! E faço MUITAS loucuras!
Coisas mornas? Não! Mas, e com muita tristeza, enquanto estiver assim, vou vivendo, para já, no calor e no frio, e sei o quanto a minha loucura é uma dádiva de Deus!
Tudo isto, porque falei no conceito de "morno". Nem o leite! É que enjoa! Viver no norte de portugal é tão...
E não julguem, porque eu poderei fazer o mesmo. Apesar de detestar fazê-lo.
Às vezes dói... A vida passa depressa. E a juventude não é eterna! Eu não vos percebo... Nem vocês a mim, pelo menos é o que parece... E sofro com isso... Vocês, não...
Lamento...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sossegar

Disseram-me "pega" e eu peguei. Disseram-me "foge" e eu fugi. Disseram-me "fica" e fiquei. Disseram-me "cala" e eu calei... Disseram-me "é mentira" e eu acreditei. Disseram-me "é verdade" e eu acreditei. Disseram-me "porta-te bem" e eu consenti. Disseram-me "é assim!" e eu anuí. Disseram-me "sofre" e eu sofri...
Mas não me disseram: escolhe, grita, vive, voa, considera-te, mostra-te, revela-te, sonha!...
Mas eu fiz tudo isto, ainda assim! Passo a passo, pedra a pedra, choro a riso... Não são decisões pacíficas, muito pelo contrário. "A princípio é triste, anda-se sozinho..." A revolta, ressentimento, mágoa, medo da mudança é atroz! Não necessariamente por esta ordem: confusão, pavor, desorientação, solidão, ansiedade, tristeza, raiva...
Até que há uma forma que se desenha, uma orquestra em que os diferentes instrumentos dançam em harmonia, um poema que se percebe... Quanto tempo é preciso? O Universo foi criado em sete dias. Por isso, são precisos sete dias, sete persistências, sete teimosias, sete "Muda!!!" sete choros, sete ajudas, sete tombos, sete "querer muito!!!" sete amigos, sete lágrimas, sete gratidões...
O difícil, muito difícil são as "quedas". Quando pensamos que já não há força para levantar a "insustentável leveza do ser".
"Quando eu nasci, ficou tudo como estava..." mas quando eu cresci, nem eu, nem nada permaneceu igual... Para o bem e para o mal...
Eu peguei,eu fugi, eu fiquei, eu calei, eu acreditei, eu consenti, eu anuí, eu sofri... Agora, já não porque mo disseram, mas porque eu escolhi... E esta escolha não deve vir carregada de confusão, pavor, desorientação, solidão, ansiedade, tristeza, raiva... Mas de esperança, amor próprio, serenidade e paz. Fácil? Não! São apenas precisos sete dias... Para, enfim, sossegar...

Imagens que passais...

"Uma imagem vale mais do que 1000 palavras". Máxima por demais conhecida. E por mim dita muitas e muitas vezes. Entretanto comecei a raciocinar e assumi uma atitude crítica perante esta frase. Claramente, uma imagem revela o que por palavras pode ser muito difícil descrever. O nosso cérebro, com a ânsia do querer, limita-nos quando queremos recorrer a palavras para descrever o que vemos ou sentimos. Por isso dizemos ser "indescritível". Concordo. Só que uma imagem pode não corresponder à realidade. As palavras, por muitos labirintos que percorram, acabam por deixar transparecer a verdade. A não ser que se falseie com propósitos.
Estou a apanhar uma ganda seca e no registo fotográfico, o meu sorriso, postura e intenção transmitem exactamente o contrário. É muito simples. "Quem vê caras, não vê corações". Então e aquelas férias que queremos que sejam um autêntico anúncio televisivo, em que espraiamos o mehor sorriso, em que espumamos de alegria como se tudo fosse nosso! Pois é, pode ser... Pode não ser. Isto é fantástico este poder, o da imagem. Pode valer efectivamente por 1000 palavras, mas também pode mentir por 1001. Adoro a fotografia! Que poder! Entretanto, há ainda maior poder na legenda que lhe colocamos... A autêntica verdade!:)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Como uma força!

Um hino de ternura, admiração, respeito e paixão!




She
Elvis Costello

She
May be the face I can't forget
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She may be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She
May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

She...

domingo, 11 de julho de 2010

V(exames) Nacionais

"As notas dos exames nacionais baixaram!!! Comprem, é barato! Comprem dois (jornais)pelo preço de um! Saibam: OS PORQUÊS, AS CAUSAS, AS RAZÕES, O MISTÉRIO DOS EXAMES NACIONAIS!!!Têm ainda a oportunidade de deixar comentários!!! O melhor ganha uma viagem.....blá... blá... blá.........!
Isto não se aguenta!!Vou tentar explicar. Vocês frequentam um curso de culinária. Ensinam-vos a cozinhar um belo peixe com aromáticas e coloridas ervas. O curso é intensivo. Há um teste que levará alguém a ser "le chef de cuisine". Todos sabem tudo. Outros estão lá porque... sei lá é giro. Eis que chega o dia do teste. Objectivos: mostrar a aquisição das seguintes competências (o que é curioso porque o curso tinha objectivos: aprender a cozinhar um belo peixe com aromáticas e coloridas ervas): conhecer as origens ancestrais do peixe em questão; perceber as razões pelas quais sobreviveu à extinsão,descrever o peixe, evidenciando as suas cores, odores e formas; compreender por que este foi o peixe escolhido para o curso; desenvolver o hábito saudável de comer peixe; olhar o peixe e pensar se tem alma; perceber se este tipo de peixe é a reencarnação de outro qualquer animalzinho; chorar pela morte do peixe; dissertar, recorrerndo a dois argumentos, dando exemplos, sobre a vida no mar alto.
E a receita para cozinhar um belo peixe com aromáticas e coloridas ervas, onde é que ficou, hein??? Informassem-se! Para que é que gastaram tanto dinheiro com o curso, e com um "chef de cuisine" incompetente hein? Que não vos ensinou nada disto!Que se lixe a aprendizagem da confecção de um belo peixe com aromáticas e coloridas ervas!
Ninguém adquiriu competências para ser nem cozinheiro da tasca da rua quanto mais para "chef de cuisine"! E foram todos para os seus lares com uma frustração imensa. Peixe, nem vê-lo aromáticas e coloridas ervas pra quê? Nem o cheiro, nem o toque nem a sensibilidade que o incompetente "chef de cuisine" ensinou, orientou mostrou, elucidou serviram para nada! Ninguém comeu mais peixe. Mas a culpa foi do incompetente "chef de cuisine". Sem dúvida.
Ora bem, meus queridos leitores:) profs. e outros, que é isto???
São os exames nacionais, pelo menos o de Português, de que posso falar com conhecimento. Os que não são professores saibam que o min-edu.pt fornece programas para um conjunto de 3 trimestres que TÊM QUE SER CUMPRIDOS pois se não tem que ficar em acta de departamento, projecto curricular de turma e nem continuo... Porém... o que pede no exame... olhem... é a história do peixe cozinhado com aromáticas e coloridas ervas.
Se não fosse a revolta mas a paixão de ensinar diria que Camões, Pessoa, Sttau Monteiro e Saramago são "os peixes" detestados que em nada glorificam o ensino da Língua, nem a cultura portuguesa Professores incompetentes que não sabem cozinhar um belo peixe com aromáticas e coloridas ervas!!!...

PS. A pontuação incorrecta deste "post" é da exclusiva responsabilidade da incompetente que o escreveu.

Silêncio

Têm sido tempos muito difíceis. Poderia estar a querer falar da fome no mundo, da guerra, da crise nacional e mundial. Talvez interessasse mais às pessoas... Mas, como diz uma Amiga recente, "eu sei o que se passa no mundo, que pessoas morrem à fome, que há guerras e lutas de poder. Mas para quê saber de nomes e números e escutar o que de nada posso fazer. É a condição humana. Sei-o, mas não é essa a minha tarefa, a não ser que efectivamente possa fazer alguma coisa".
O que interpreto das palavras desta Amiga é que choramos pelo mundo e não choramos por nós mesmos e por quem está perto de nós. Para com estes poderemos fazer algo. E isso é verdadeiramente humano.
Dizia eu que têm sido tempos difíceis. Tenho falado muita coisa, escrito muita coisa(Não me refiro ao meu blog). Ainda não alcancei a maturidade que desejo... O que falo transparece o que está cá dentro mas só pela metade... Porém, o que falo e escrevo são os gritos mudos, os tais gritos mudos que advêm de um sofrimento e frustração atrozes.
Não quero falar nem escrever mais nada, não quero... Não vale a pena... Falo, escrevo, escrevo, falo...
A grande conquista estará em deixar de falar e escrever. Porque será aí que deixarei a mágoa de querer respostas que nunca terei. E escrevo e falo e falo e escrevo... O silêncio a que me devotam... É o que tenho que aprender. Sim e não com a mesma intenção... Maturidade: quando for para falar ou escrever, fá-lo-ei!
Todavia, efectivamente, o silêncio-desprezo e indiferença- é, na grande maioria das vezes, a melhor resposta, a arma mais poderosa. Aprendo convosco.

sábado, 3 de julho de 2010

Curas

Nem o poeta alguma vez poderá descrever o pôr-do-sol como o sentimos, o cheiro a maresia, o toque suave e áspero da areia, a neblina dos bosques, o cheiro do alecrim, a água morna a acariciar o corpo, o sabor das framboesas, o cheiro do açafrão, a lua e os seus contornos, o beijo, o suor, as lágrimas, o riso. Nem o poeta, que idolatro, alguma vez poderá mostrar o que é viver e sentir todos os dias.
A culpa não é dele. É da magnificência do Universo. As palavras não bastam a uma vida, pois a Vida quer que a vivamos. E a destreza do poeta permanece plangendo a harpa, para que estejamos atentos e, nem que seja por um mínimo instante, percebamos que se tenta, tenta-se sempre lembrar a beleza das coisas.
Sejamos poetas, todos, cá dentro. As palavras serão cada vez mais verosímeis. Mas apenas quando o quisermos, porque é preciso sentir e abraçar... Muito...

Anos passados

É curioso como, passados alguns anos, há situações que se revelam irritantemente absurdas. Suportei coisas descabidas. Por insegurança, admito. A insegurança é um sentimento cruel. Cega-nos, faz prevalecer os outros, mesmo que pouco sejam, que pouco valham. Mas ela existe. Espreita, invade e confunde. Não pode ser! Porque a insegurança tem aliados... Certas pessoas... Que lhe dão força e nós permitimos. Caminhos muito complexos da mente... Assumo-me. E é fantástico! Garanto-vos, já desci aos infernos, mas já estive em Paraísos Celestiais (pleonasmo). Coisa que asseguro, pouquíssimas pessoas o conseguem! E como não sou de linhas rectas, o que vivi e vivo de bom, foi e é mesmo MUITO BOM! Não é para toda a gente. Há efectivamente o reverso da medalha. Mas ninguém me tira ou tirará os meus momentos, aqueles em que tudo foi perfeito, na imperfeição dos outros. Podem avaliar, criticar insolentemente no interior, desvalorizar, depreciar, invejar, querer destruir. Não se aguenta. Mas agora sou eu quem afirma: Não se aguenta. Deixo a "criançada" para trás. Eu não sou uma menina, sou uma Mulher (que é menina, adolescente, tudo... Mas isso é outra história que agora não quero contar). Livrem-me das vidinhas lineares! Livrem-me das relações vulgares. Eu não o suportaria. Como há quem suporte. Não é para mim... Sabem porquê? Porque eu não vivo de relações, mas de emoções. Posso ir ao fundo. Mas garanto que voo muito, mas muito mais alto. E para todos aqueles que me vêem como querem ver e não como eu sou, só tenho uma coisa a dizer: Ainda bem que pensam assim. Tenho caminhos a percorrer, mas pelo menos tropeço e levanto-me, tenho coisas para aprender, mas procuro a sabedoria. Tenho TUDO! E o que não tenho é porque ainda não é para ter. Percebem?... Vaidade, arrogância?... Não. Verdade! Apenas a Verdade! Fiquem com as aparências. Eu fico COMIGO... Escrever é magnífico!... Agora, por exemplo, queria estar a comer o que me apetecesse, a beber o que me apetecesse, a dançar como me apetecesse, a nadar quando me apetecese, a rir, rir, rir! Por que não estou? Quem disse que não estou?... Ah! E não acreditem em tudo. Isso é para as crianças. "O essencial é invisível aos nossos olhos". Só alguns o vêem, graças a Deus. Adoro o Shreck...

sábado, 26 de junho de 2010

Dançar...

Dançar. Mas o que é dançar?... É não calcar, não decalcar, não imitar, não exibir, não olhar para o lado, para o espelho, não se intimidar. Dançar não é moda, é não torturar, não insultar o corpo nem os seus movimentos, é não fingir, é não pensar que se sabe dançar...
Sorri, liberta, sê como o vento a ondear as searas, sê liberdde, sê simplicidade, sê sedução, sê cumplicidade, sê tudo, sê feliz! Ai Cuba, yo quiero vivir in Cuba, etc e tal... Não enforquem a dança. Antes de nós, ela existia. Depois de nós, ela existirá. Fica quase sempre o vazio por aqui, porque uma Arte é genuina. Seduz, mas apenas se fores autêntico!

Vocações

Final de ano lectivo... Só um professor sabe. Pode estar o mundo contra ele, o governo, a religião, os país, a sociedade. Só um professor sabe... O que é uma escola vazia... Mais ninguém. Só um professor sabe o que falhou, o que foi fantástico, o que foi angustiante, o que foi brilhante, o que foi frustrante, o que foi enternecedor, o que foi desgastante, o que foi orgulho, o que foi falta de forças, o que foi persistência, o que foi desgaste, o que foi lição, o que foi contradição, o que foi sentir a falta, para recomeçar tudo outra vez, depois de "muitas férias" (dizem alguns "tão entendidos" e outros que não sabem nada). Só um professor aprende todos os anos, chora todos os anos, enternece-se todos os anos, quer desistir todos os anos, persiste todos os anos, constrói todos os anos, cresce todos os anos, fica diferente todos anos, tem saudades todos anos, fica inseguro todos os anos, comunica todos os anos, está triste e torna-se actor/ actriz todos os anos... Ninguém sabe o prazer estonteante, deprimente, glorioso, desgastante, apaixonante que é ser professor... E a Escola fica vazia... Um professor nunca pára, nem nas férias. Em tudo o que vê, imagina como o poderá transformar para os seus alunos. Mas descansa, como só ele sabe descansar... Porque ensinar é renovar em cada dia, é ser jovem eternamente, é ser pássaro e toupeira, é ser livre estando preso. Só mesmo quem sabe! Não tentem sequer imaginar... Só mesmo quem sabe. Voar é tudo o que escrevi. Mas, em toda a alegria e desânimo... Só um professor é que sabe!

domingo, 20 de junho de 2010

Oferendas

Ora bem, como é que nós percebemos os ritmos da vida? Há anos, apanhava eu, desmesuradamente, sol (inconsciente) e passei por situações muito interessantes. Uma delas, enquanto esperava o meu irmão, deitada nas dunas (pois então, o Norte é igual a si mesmo) e alguém surge, conversa, comenta o meu cigarro (nesta altura ainda a família não sabia) e oferece-me (sem mais nem porquê) um livro. É um facto que eu estava a ler. Mas o que leva um estranho (bastante mais velho) a oferecer um livro?... Muito intressante. E muito curiosamente, esse livro era "O ano da morte de Ricardo Reis" de Saramago. Não vou falar do eterno escritor que viu chegada a sua hora, até porque quem lê o meu blog, sabe o que penso sobre ele. O que me faz pensar é que alguém me ofereceu um livro. Sem exigências, trocas, investidas sexuais ou outras. Como percebemos os ritmos da vida? O que nos oferecem as pessoas, hoje? Sorrisos, simpatia, respeito, consideração? Cruzamo-nos com rostos carrancudos, desconfiados, interessados em tudo o que é "ilícito", mal dispostos, nem sei! As pessoas vêem novelas, os morangos sem açucar e até se emocionam! Fantástico! O problema é que depois vêm para as ruas com os rostos carrancudos, os olhares desconfiados e até demasiadamente maldosos. E depois há aqueles que querem parecer iguais a estas vidas e olham com desdém até para o mar! Que é isto? Se tiverem respostas plausíveis para explicar estes factos, dêem-mas, porque efectivamente eu continuo a não perceber O QUE É ISTO? Bem, continuo à espera da oferenda de livros, que é como quem diz, continuo à espera que a Humanidade se dê, sem restrições... Eu prometo que este Verão vou oferecer, para além de tudo aquilo que tenho, um livro a alguém. O pior é se esse alguém vai pensar que eu tenho outra intenção... Estão a ver a problemática??? Uf! É cansativo... Estou de férias!!! Brevemente vou contemplar o Mar!!! Eu penso que quando se pagarem os sorrisos e a simpatia, as pessoas vou considerá-los "in". QUE É ISTO?...

"Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria."

Pablo Neruda



Um fotógrafo captou o momento exacto em que uma cadela beijou o bombeiro que a salvou.


POUCOS DE NÓS HUMANOS, TEMOS O GESTO NOBRE DE AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM. ESSA FOTO MOSTRA-NOS QUE ATÉ AS OUTRAS ESPÉCIES ANIMAIS TEM O SENTIDO DA GRATIDÃO.

O NÃO AGRADECER A QUEM NOS FAZ O BEM, DEMONSTRA O QUANTO AINDA TEMOS QUE SOFRER PARA NOS TORNARMOS HUMANOS.


Gestos

COM TODA A HUMILDADE, CONTEMPLAÇÃO, ADMIRAÇÃO E GRATIDÃO PERANTE A NATUREZA, SAÚDO O VERÃO! QUE SEJA MAGNÍFICO E ETERNO!

sábado, 19 de junho de 2010

Silêncio

A vontade de escrever é imensa. Mas nem sei o quê... Tantos e tão poucos gritos soltos, por aí. Gritos mudos, por vezes, não são a solução. É mesmo preciso Gritar a bons pulmões! Porém... Não vou gritar... Vou conversar. Que vontade de escrever e estar a sentir um vazio! Penso que os gritos me ensurdecem. E eu quero o silêncio. O silêncio dos corais. Estou cansada do barulho: dos carros, dos corta-relvas, das campainhas, de algumas vozes. Estou prestes a enlouquecer. Quando afirmo: "Deixem-me", não é para me deixarem, é para não falarem alto. Nem com a cruel mudez.
Tudo parece tão óbvio para as pessoas. Tão assertivas que elas são. Que barulho! Quero o silêncio. O silêncio... Se uma gaivota grasnar, se o vento se enfurecer, se os trovões rugirem, se o mar rebentar impiedosamente as ondas, se quem me quer bem, e a quem eu quero bem, falar e falar e falar... Estou em silêncio.
Amanhece... Quando tudo desperta, eu encerro o livro, fecho-o e rendo-me ao silêncio. Estou com frio e com uma enorme vontade de escutar... Nada.

sábado, 12 de junho de 2010

Ba(p)tismo

Entrego os meus pés à areia. Dispo-me por completo e a lua compreensiva oferece-me a luz que me inteira. Dispo-me, devagar. Não tenho pressa, como o tempo não a tem. Caminho displicente e meiga. E abraço o Mar! Mais poderoso, muito mais poderoso, acolhe-me. Baptizo-me. E renasço. Em cada movimento do mar. Com a entrega, poder e mestria da pureza que tem e que é. Nado sem parar! Respiro. Oro. Escuto inadvertivamente o silêncio que toco. Percebo que é macio, doce, pintado de um azul que só eu sei. Então, olho para trás. Vejo a esvairem-se pedaços de pele. Pedaços de mente incontrolável. Pedaços de passado. Pedaços de inquietação. Estremeço. Um arrepio de chuva morna a cair. Um sabor de algas e sargaço. O Mar oferenda-me um copo magnífico de vinho. Inebria-me. Aconchega-me e... Põe-me a descoberto!!! Senti medo, senti vergonha, senti... Mas... Não! Foi a mente enganadora. O ego que prevaleceu por pouco tempo. O Mar desfez em pedaços melodiosos o que ficou para trás! Estou despida e sou feliz! Renasci. Afinal, por que renasci? Foi pelo Mar? Talvez. Mas sobretudo, foi no meio do silêncio, vestida de água salgada, o meu desejo inabalável de ir... E quando me deixei ir... saí lentamente da água, e percebi que quando queremos, renascemos ao sabor do Universo e na vontade intrínseca de viver! Nesta noite, não sequei o meu corpo. Cada poro, cheirava a sal e a horizontes longinquamente perto. Deitei-me na areia e agradeci. Tudo! Renascer não é voltar ao ventre da mãe. Renascer é querer, pedir ajuda e galgar os caminhos distintos da vida. Eu despi-me. E continuo. Nesta noite, sussurei ao vento palavras que ninguém me ensinou. Soprei bolas de sabão. Dancei com todos os sentidos. Falei, escutei, amei... Calei... Não, por acaso não estava sozinha. Quem observou o meu renascer, não teceu comentários, não julgou, não criticou... Deixou-me estar, porque sabia que para ir despida ter com ele, eu teria que passar pela metamorfose das águas do Mar... Agora, molhada, eu, de sal, escutamos... Sabem o quê? O que bem nos apetecer! Aos meus amigos, aqueles que me sabem e que me estimam com o coração.
Houve alguém que nada me disse, mas disse tudo. Alguém que magoou sem saber. Alguém que tinha a sabedoria da Vida. Umas vezes certa, outras vezes errada, mas tinha... Ensinou-me sem saber, deu-me garra, deu-me discernimento, deu-me orgulho, deu-me... sem saber dar... Mas deu. E dele nasci. Sou sangue dele. Sou filha dele. E vêm-me agora com conversas de chacha? Não! Só quem sabe o que é o sofrimento, sabe o quanto se pode adqurir dele. Pode demorar tempo. Pode ser confuso. Mas é algo espiritual. Tantas coisas que estou a descobrir: com choro, com compaixão, com serenidade, com amor... Ninguém conhece o verdadeiro sofrimento de quem não o mostra. E lamento... Uma querida amiga escreveu-me :"Temos que nos reconciliar com a nossa história". As almas perturbadas estão bem vivas, apesar de andarem mortas e quererem fazer-nos morrer também. Ele nunca me deixou morrer... E eu sei que fiz o mesmo com ele... Despediu-se com a calma que sempre foi dele, e foi de mim apenas que esperou para se despedir... E senti que às vezes é melhor partir do que viver no inferno. Ao meu pai...

Recado

Já alguém me disse (por sinal um adulto com pouco menos que a minha idade) que "Ah e tal, porque tu também já viveste muito" "Ah e tal tás a ver eu ainda sou um "puto". Deixa-me rir!!! Esta história não é minha. As experiências são tudo na vida se as aproveitarmos da melhor maneira, porém... Não é uma questão de "experiências" apenas, é mesmo uma questão de Ser. E quanto a isso, garanto-vos que não há nada, mesmo nada a fazer.

sábado, 5 de junho de 2010

wake up

Nem imaginam o que significa esta música para mim. Estremeço, emociono-me, choro sem dor, apenas nostalgia. Tantas, mas tantas vezes que a cantei. Escrevia a letra, parando o gira-discos e voltando a colocar a agulha... :)... Era o tempo em que eu tinha medo da falta dos meus pais (ainda hoje tenho, mas a vida não perdoa...) era o tempo de ter medo de morrer e não estar cá na manhã seguinte para receber os presentes de Natal. Era o tempo dos duetos com o meu irmão. Era o tempo de ter medo na minha infância/ adolescência complexas... Mas a música, ah... a música... Hoje tenho outras músicas (mas esta...), e tenho outros medos. Não, não vou falar desses medos que talvez estejam a pensar. Hoje tenho medo dos que não têm consciência de si mesmos. Hoje tenho medo dos egocêntricos. Hoje tenho medo dos que berram, hoje tenho medo dos que enganam, hoje tenho medo de não ser escutada. Hoje tenho medo dos que pensam que já tudo sabem, e são esses que nada sabem. Hoje tenho medo que me tirem as âncoras da fé que vou tendo nos outros. Hoje tenho medo de quem boceja a mesma treta de sempre, sem verdade. Hoje tenho medo de quem se silencia. Hoje tenho medo das aparências. Hoje tenho medo da ignorância dos outros. Hoje tenho medo dos que dançam a olhar para o lado, dos que cantam sem sentir. Hoje tenho medo dos que fogem àquilo que realmente são e que alimentam um ego inabalável. Hoje tenho medo dos vaidosos. Hoje tenho medo da falta de respeito, de consideração, de amizade, de companheirismo, tenho medo da frieza, dos que dizem "eu sou como sou e o resto que se f..." Porque é muito difícil compreender. É irritante, é de rir desenfreadamente, é de chorar, é de gritar! Conversas feitas e refeitas de quem não tem mais nada para dizer. Tenho medo que a Humanidade se esvazie. Tenho medo dos politicamente correctos, mas que pensam que não são e são rudes, medievais! Ai, quem me dera tanto e tão pouco!... Os outros medos... ficam para mim. São meus e sou eu quem os vai enfrentar... Partilho e tento transmimir ao Universo a Paz que sinto ao escutar e sentir... "Love of my life". Há coisas que nunca mudam... Aquelas que são belas e que por isso não as queremos estragar... "You don't know what it means to me..."

domingo, 30 de maio de 2010

Sonhos Reais

Sei o que quero e o que não quero. Perdoem a elipse discursiva, mas é algo tão meu... Posso dizer-vos o fim da história: não sei se o encontrarei, se será possível... Sei que eu retribuirei completa e arrebatadoramente!...
Sentiremos e dançaremos sempre ao som da mesma música de Verão!E não só!...

Alea jacta est

A noite hoje foi fantástica! Porque eu estava diferente, porque eu pensei diferente, porque eu falei diferente, porque eu sou diferente, porque eu deixei voltar a minha tão amada "loucura", porque sorri e ri, porque estava de bem com o mundo e voltei a brincar, e acharam-me piada. Hoje a noite deu-me o impulso para, quem sabe, talvez, renascer!
"Vini, vidi, vici!" Braga, às vezes até é engraçada... no tempo dos romanos!"...et pluribus unum."

afectos, efectivamente

Relações tensas. Elas existem. E são perturbadoras. Seja com os amigos, com os amores, com a família. Desgastam tanto! E pouco há a fazer, a não ser dentro de nós. Os outros só mudam se quiserem e nós também. É urgente não nos sentirmos afectados pelas tensas relações. Elas não são boas. Há algumas hipóteses: ou abandonámo-las, ou aceitámo-las ou... Sofremos.
Temos que saber quem somos, o que pensamos, o que sentimos, o que queremos e seguir esse caminho. É uma tarefa muito árdua. Porque mesmo havendo quem pragueje alto dizendo: mas EU sei tudo isso! A verdade é que são poucas, pouquíssimas as pessoas que se conhecem bem, se amam e respeitam a si e aos outros, ao ponto de não permitir... relações tensas. Não interessam. Não nos dizem respeito. Já fui e sou muito criticada. E sofro com isso. Porque penso que todos têm razão menos eu. E essas pessoas sabem que têm esse mesquinho poder. Vou colocar as formas verbais no passado. Porque como já escrevi algures, há que dizer a quem amamos o que sentimos que deve ser dito. Mas SEMPRE despojado de orgulho, soberba, insegurança, frustração, prazer malévolo em magoar. Há que dizer as coisas com AMOR. O Amor Universal. Se assim não for, raivas, ressentimentos, mágoas espalham-se pelo Universo! E isso é tão contra-natura... Se eu consigo?... Não, nem sempre... Mas asseguro-vos, e quem realmente me conhece (número felizmente tão redizido!), sabe que é uma das minhas lutas! Não quero saber do que pensas de mim. Quero que me aceites tal como sou. Se não o conseguires fazer... eu seguirei o meu caminho, porque não quero que nenhuma energia negativa me perturbe.
Somos humanos... pois é... e, por isso, não agimos linearmente. Mas, por sermos humanos temos o dever que é divino de transformar.
Quando alguém vos elogiar, mas logo, logo a seguir se auto-elogia... Quando alguém repete constantemente que estás errado (a)... Quando alguém se esconde atrás do seu próprio ego e a nada responde, porque "pode ter um ataque de nervos" (ai, que medo!)... Quando alguém vos julgar e a seguir... não continua a conversa... Quando alguém vos criticar negativamente (sem Amor) e isso lhe der prazer, um prazer não de rir "a bandeiras despregadas", mas o prazer de dizer a si mesmo "eu sou assim, e não mudo"... Quando alguém vos vir chorar e não quiser saber por que rolam as lágrimas, dizendo coisas tão fantásticas "como deixa lá", "pois é..." "Isso passa..." "Não leves tudo tanto a sério" e afins... Fujam! Literalmente, Fujam! É só uma questão de tempo: começas a sentir-te cansado (a), deprimido, de manhã, à tarde, de noite... E para quê? Porquê? Deixa-os... Sacode o pó do caminho e segue o teu, que é muito diferente.
Aprendo comigo, com o Universo e com algumas, tão pouquíssimas, mas tão maravilhosas pessoas! E garanto-vos, o número é mesmo reduzidíssimo, mas basta.
Abraço e entrelaço para sempre essas pessoas. Aquilo que desejo para mim (que é muito e muito bom!) desejo para elas!
Quem faz o outro sorrir, floresce a cada novo dia! Amén.

sábado, 29 de maio de 2010

continuation

Querem mais? Eu quero:) Ah! o meu sobrinho está em Lisboa, na fase final do Concurso de Leitura, a nível nacional! O meu orgulho...Por muitas razões. !

Bisous

Il y a des mots et des chansons magnifiques...

j'ecrit seulemente pour moi. Me sent bien dans ce moment à écrire quelque chose dans une langue que n'est pas la miene. Cést romantique, liberateur... O meu pensamento é imenso e não conseguiria continuar a escrever assim. Em inglês, com certeza, mas seria como comer lagosta com água...
Entretanto, a música embala-me e eleva-me...
Quero voar qual pássaro com asas de desejo. Quero rir qual criança ao ver o brinquedo perfeito. Quero nadar qual sereia em alto-mar. Quero dançar qual flamingo de corpo esbelto. Quero comer quais deuses perante a ambrósia. Quero beber qual gatinho com a sua pata, cerrando os olhos. Quero correr qual gazela em liberdade. Quero respirar qual rafeiro a sentir o dono. Quero amar, vivendo "la vie en rose"!
"Et quand tu me prens dans tes bras... Me dit des mots d'amour... Il me parle de bonheur... Maintenant c'este moi pour lui, lui pour moi dans la vie...
Já cantei muitas vezes esta canção. Perdoem-me o francês, mas há momentos em que preciso de deixar fluir a minha alma... Como diz uma muito querida amiga: bisous...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Aos meus amigos bracarenses, sportinguistas, portistas e outros... Mas está na hora de un petit peu de savoir:)We are the champions!!! Com carinho.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hummm... o café

"Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o facto, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.

O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e, no século XVI, o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turco-otomana era conhecido como kahve, cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.
O café no entanto teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, o café venceu essas resistências e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época."

Perdoem-me esta extensa informação, mas há nas lendas um "não sei o quê" de verdade e magia.
"Vamos tomar café"; Um dia destes tomamos café?" Rituais que podem apenas significar "vamos encontrar-nos..." Mas já me conhecem... Não é sobre a convivência social do café nem da metonímia que vou falar... Já me conhecem...
Comprei uma serigrafia que adoro! Os tons, cheiros de África embrenham-na (bem, a moldura custou mais que a serigrafia, mas é bom sobre-elevar os nossos caprichos- que eu direi desejos- às vezes...
Eu não devo beber café. Ponto. Mas é impossível! Claro que o faço, quando sei como o meu espírito poderá reagir.
Sinto a forma dos grãos, sempre que posso... Por mim, caminhava sobre eles, despia-me perante eles, desfalecia em amor...Absorvo as histórias de calor e sensualidade que exalam... Descrevo-o... Intenso, colorido, odor de terras que nem sei se existem, mas que quero percorrer... Cerro os olhos, insufluo as narinas e escuto músicas e gentes calorosas... Entrego-me ao sabor, não antes do odor... Acorda os meus cinco sentidos... acorda, mima, equlibra...

Um príncipe enlouqueceu por amor. Chamava-se Iani. A loucura fê-lo percorrer o karma dos loucos. Trancado no castelo, no corpo e na alma, desceu às profundezas do inferno. Na fogueira dos perdidos, atiçada com raiva, desdém e ódio, intolerava o calor... Lembrou-se de tudo. Do amor perdido, da vida faustosa, da futilidade, da devassidão. Irina estava lá. viu-o. Num gesto animalesco, Iani, gritou, blasfemou, trovejou... Ela percebeu que nem ali ele conseguia ter paz... Irina era bela. Belíssima. Os seus cabelos eram a grande confusão de lúcifer! Não queimavam, não encrespavam, não mudavam a cor! Irina entrelaçava as mãos. Sempre. "Piedade!" Pensava o dono do desterrro humano. Não, Irina agarrou em vida uns grãos. Passo à frente pormenores... Iani desistiu até da morte. Ela tinha consigo o veneno destinado ao inferno. Uns grãos que começou a desfazer com as suas mãos queimadas, solitárias. Deitou o pó, deles extraído, na caldeira preferida do mestre. Uma nuvem inebriante começou a formar-se... Iani desconheceu-se, mas reconheceu Irina. Abraçaram-se e elevaram-se nesta nuvam, tão leve, mas tão consistente. O que fez lúcifer? Deiixou-os partir. Hein??? Pois é... Há magia até nos momentos mais finitos, e infinitamnte derradeiros. Ainda hoje, diz-se que o mestre do desterro morre de amores pele nuvem que paira. Iani e Irina? É uma história que foi esquecida, menos pelas almas que absolvidas do corpo se deixam guiar pelos sentidos... Já nada é como nos contaram...
Eu, sempre que posso, onde quer que esteja e com quem esteja, acordo os meus sentidos, afasto a fogueira irada e continuo a saber da história de Iani e Irina, na companhia de um café...

sábado, 22 de maio de 2010

Pergunta-me

Pergunta-me e eu respondo, mesmo que não saiba a resposta, falo contigo, sempre. Pergunta-me e ouve. Mas baixinho... Porém, não te admires se eu gritar. Grita, não comigo, mas com a situação. Pergunta-me e eu deixarei de estar calada. Pergunta-me. Dou-te as respostas mais objectivas, mais loucas, mais mágicas, mais infantis, mais maduras, mais indecisisas, mais ambíguas, mais irritantes, mais queridas, mais divertidas, mais correctas, mais politicamente incorrectas... Mas pergunta-me, porque estou aqui. Para isso tens que regressar ao Paraíso, tens que te entranhar no meu mundo, que nem sempre é de cá, mas eu estou cá. Tens que querer.
Também já só me escutei a mim mesma. Ouvi, mas recriei o dito.
Quem não pergunta, não pode esperar muito... É como achar que se sabe tudo, e isso é impossível no mundo amargo e doce dos humanos.
Estamos aqui para dar brilho a uma estrela pálida. Se assim não for, vagueamos... por aí...
O cinismo, a adulação, a dissimulação, o exagero, a ausência de selecção a quem queremos mesmo bem é frequente. Desilude, humilha, devasta quem acredita num mundo diferente. Detectar estes seres completamente frustrados, é uma experiência ao mesmo tempo fantástica e vazia.
Deixem-me adormecer ao sabor das ondas, deixem-me ser eu, deixem-me beber, comer, gritar, dançar, estar calada, RIR, gozar, "dar um mergulho no mar"... "E tu vais ver..."
Façam-me só um favor: deixem-se de merdas e de tretas! Mais vale quem discute comigo do que quem se esconde. Eu, sou eu... Queria voltar àquela esplanada, à espera, a fumar o meu cigarro, numa manhã qualquer,em que fui estrela... Para mim, e para quem eu sei...
De resto, aprecio os tesouros e vou-me deixando estar... Mas que irei sempre a algum lugar que é o espelho de mim, ai isso irei!

domingo, 16 de maio de 2010

Um dia contarei a história que é a minha vida III

Os Natais eram belos! O presépio tinha musgo fresco apanhado no quintal, a árvore era natural. O pai cortava-a. Mas eu escolhia-a... Compravam-me as coletâneas de música que guardo em vinil ainda hoje... Tínhamos presentes. A cozinha era um palácio onde rainhas imperavam. O jantar era diferente... (na altura, eu detestava batatas com bacalhau!). Experimentávamos os presentes... Simples, tão simples mas tão importantes, fundamentais! Cantávamos:) Eu, o irmão e a madrinha! Cantávamos muito! Não importava o resto do ano. O Natal era simplesmente precioso... O pai trazia sempre chocolates, daqueles de colocar na árvore e guardava mais alguns só para mim... Havia passas, pinhões, Porto, champanhe. O frio era tão quente! Era melhor que o sol dos trópicos! Os gatos percorriam a casa. Entravam, saíam, espreguiçavam-se, subiam aos sofás, faziam-nos sorrir...
A canela... Ai, a canela... Na aletria, nos mexidos... O bolo-rei com brindes que nós sabíamos que era o pai a pô-los lá:)... As ruas eram vazias de sons, mas o ar tinha a música da orquestra de todos os anjos. Não se viam carros na rua. Tudo estava fechado. E tudo me bastava. É o que me lembro e é o quero lembrar.
Mesmo que o tempo não passasse, mesmo que estivéssemos ainda todos... não voltará a haver Natal.

Inquietação

Passados .... anos de vida, foram-me relatadas coisas que eu desconhecia. Aliás, tornou-se costume na minha vida, ultimamente. Tenho que refazer a minha história e ela chega-me em pedaços que ainda não me fazem sentido. Afinal, tenho mais para contar do que eu pensei.
Meu Deus, contem-me as histórias, objectivamente, sem maquilhagem nenhuma, porque eu quero ser um todo que ainda não percebi...

Coisas minhas

Digo sempre aos meus alunos que estão proibidos de escrever ou dizer: "É bom/ boa; É mau/ má". Que exigência Sra. Professora! Que castração!
Pois é... Então reparem: Como está o dia hoje, por aí? BOM; Achas que podia fazer melhor? Não, está BOM; O que pensas do estado do país? MAU; Gostaste?... Foi BOM; Então e aquele fulano da piscina? É BOM; Como foi o teu dia, amor? MAU. Porra!!! Parem com isto! Foi FANTÁSTICO! INEBRIANTE! IRRITANTE! EXECRÁVEL! DEMOLIDOR! MAGNÍGICO! TRANSCENDENTE! DESOLADOR! INQUIETANTE! DIVINAL! Porra!!! Deixem-se de frases feitas. Mais vale dizer: "foi lindo" do que É BOM!!! O código é: as maiúsculas são pura irritação!
Que exigência, Sra Professora! Que castração!
Neste momento... só queria sair daqui! Porém tenho assuntos para resolver, histórias por completar, sentimentos para eternizar. É complicado. Há um vazio preenchido por pedaços de cada dia. Sufoco, neste momento! Queria ir dançar até cair! Queria vadiar até me perder! Queria correr! Queria servir shots! Queria provocar uma rebelião! Porra!!! As coisas não são BOAS ou MÁS!!! São explosivas, graciosas, infernais, maliciosas, deliciosas, frementes, peculiares, grandiosas, extenuantes, arrepiantes, excitantes, vazias...
No frio, aqueço-me, envolvo-me nas mantas quentinhas, quentinhas, tomo banhos de imersão a escaldar! No calor, dispo-me, banho-me, descalço-me, vibro! Agora... o morno... Não me digam mesmo "Vem por aqui!". É que não vou definitivamente! Graças a Deus...

sábado, 15 de maio de 2010

Um dia contarei a história que é a minha vida II

Caminhava sem reconhecer os passos. Escondia-me na cabeça baixa de não querer que o mundo se pronunciasse sobre mim. Borrifei para os trajes, camuflei as formas do meu corpo, negligenciei o cabelo. Era indiferente. Tudo fora nascido melhor que eu. Ouvia música nas portas fechadas do casarão antigo da Sra- a-Branca. Coreografava, perseguia outros mundos e olhava o mundo real por detrás das cortinas daquela sala. Tinha medo. Tinha vergonha. Tinha muita solidão. Escrevia a letra das músicas: auscultadores e... ninguém sabia o que eu fazia. Mas cantava. E tocava. Era um orgão que me fora oferecido por uma amiga da família, em que premia as teclas, e com os conhecimentos que tinha da escola, tocava... E dançava.  E fazia de conta. A valer!
No hospital sombrio onde me deixavam com a madrinha, gravávamos canções, a duas vozes. Era magnífico!
Onde ficaram os meus dons? Algures, esquecidos por quem mos deveria desenvolver...
E continuei... a apanhar sol, no quintal daquela casa... Via o "Verão Azul" e "queria lá saber!"
Ninguém quis saber. Até ao momento, muito tempo depois, em que eu quis saber!
Hoje, a música, a dança, as letras percorrem o meu ser. Sem mágoas, neste aspecto.
E mais uma vez eu queria que me tivessem mostrado e dito que o sol nascia por e para mim. E que eu era o sol...

Explosão

O sexo é o poder mais devastador. Pode ser fascínio, delírio, evasão, doença, escolha, obrigação, mutilação, sublimação, verdade, dependência, libertação, ternura, confidência, partilha, fingimento, aconchego,  Maná. Ou tudo ao mesmo tempo.Ou nada.
Chamemos-lhe sexualidade. E muita coisa muda.
Há quem finja, há quem desespere, há quem se apresse, há quem retarde... Mas... Sexualidade é outra coisa.

Deixa para trás o que sabes.
Deixa para trás a ti

O meu corpo é a tua descoberta
O meu cheiro a tua rota

Deixa para trás o que viste
O que ouviste
O que leste

Faz com que as tuas mãos pesem menos que uma pluma
Faz com que a tua boca seja vadia ébria
Faz com que o teu corpo dance com os sentidos
Faz com que os teus olhos devorem os poros

Descobre os enigmas
Inventa sem experiências

Guia-te pelos gritos mudos ou não
Guia-te pelo seres guiado

Cheira, embrenha-te de todos os cheiros

Num corpo, descobre-se a canela, o açafrão, o tomilho, a pimenta.
Num corpo descobre-se a textura de rochas de corais, areia quente, mar salgado, grãos de café.
Num corpo, vive a cabana, o cobertor de penas, o chão tornado quente.

Tranfigura o cabelo em seda
Transfigura o outro corpo em lar

Cozinha
Mexe
Saboreia
Mistura
Aquece

Fecha e abre os olhos
Nos momentos certos

E... Deixa estar assim...

sábado, 8 de maio de 2010

Família

Li ontem, no aconchego do meu Lar, um artigo muito interessante. Uma das coisas que dizia era: "Há amigos e amigos, há invejosos e os que "nos sugam a alma". Reflecti, e fiquei mais... Forte. O artigo dizia também que nos devemos rodear por quem nos motiva, nos impulsiona, nos "põe gasolina no carro para andar"!
Eu... Que me entrego gratuitamente. Eu que me fascino por... tão pouco. Mas a malta cresce! Há amigos e amigos!
Nem vou falar sobre o que é um amigo. Escrevi um "post" que se chama "Emoções". Ah! Quem me dera! Alexandre O'Neill descreve o que é ser amigo, como só um poeta o sabe fazer! Não estou no caminho errado. Estou é nos momentos incorrectos perante o meu ser. Esbofeteada pela vida, penso no meu pai... Fez dois meses que faleceu.... Mas, o meu pai é a única pessoa que sabe o que eu sei... Não mo soube dizer, mas eu sei. Quando os seus amigos partiram, ele começou a marcha para deixar de viver. Pois é... Há quem viva de relações, e há quem viva de emoções... O meu pai partiu quando sentiu que era a hora. Por isso, não me revoltei, As saudades imensas são minhas... Ó pai, quando for velhinha que Deus me permita o que te permitiu. Estou aqui e continuo cada vez mais a querer viver, por ti. Ninguém nunca vai perceber, pai... As pessoas pensam que vivem, mas não... E julgam e criticam e vivem vidinhas TÃO vazias... Pai, viverei por ti... Eras ausente, mas NUNCA insconstante! Tinhas a sabedoria da vida e não a depressão do ser. Eras grande e se calhar só eu te vivi! Não interessa, pai. Preciso tanto de chorar... O resto é um vazio... MUITO pior que a morte. Sei que agora és feliz, não tens mágoas, angústias, tristeza, doença... Agora, finalmente, és FELIZ, meu pai. A tua neta, é alguém maravilhoso que eu tenho que conhecer melhor, A tua neta,,, é como eu, pai. Ambas à procura do caminho. Ela sabe mais do que eu. A minha Marta... Ensina-me o que sabes, porque eu... preciso de ti.
O que fica, é o AMOR que sentimos... E por ti eu abandonei tudo o que me poderia afastar... Foi, é tão natural... Meu pai, tenho tanto orgulho em ser a tua menina... Marta, obrigada por seres quem e como és. Se decidires ir aos confins do mundo, eu irei contigo. Sabes porquê? Porque és maior, és grande! NUNCA desistas do que REALMENTE queres! Ouve, o teu avô era GRANDE! Que consigas, como eu, olhar mais além dda realidade observada pelos outros. Sabes, Marta... Às vezes, queria pegar em ti e dar-te o Universo! Às vezes, projecto em ti o que me faltou! Esquece tudo! Sê o que realmente queres ser! A Vida não é linear, nunca o sejas! És tão maior! Sabes, Marta, se conseguissem falar como nós, dir-nos-iam coisas ainda mais fantásticas!!! Mas pelo menos que sejamos nós a fazer a diferença... És linda... Quero viver tantas coisas contigo...

Pequenas coisas...

Se vou celebrar a Vitória! Completamente!!!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Emoções

Já choramos amores desfeitos, vitórias por penaltis, funerais.
Já demos as mãos, já demos os braços, já demos murros na mesa, gritos, saltos mortais!
Já cortamos fitas, bolos de aniversário, imagens especiais.
Já trocámos palavrões, segredos, notícias boas, notícias más.
Já nos encontrámos à noite, já perdemos a cabeça, bebemos demais.
Já vestimos a mesma camisola, andámos na mesma escola, jogámos à bola, fomos doutros carnavais.
Já beijamos bebés, já bebemos cafés, já trocámos alhos por bugalhos...
Já vimos o sol pôr-se, vimos o sol nascer, vimos a lua cheia, vimos gente a sofrer...
Já contámos histórias, já contámos dinheiro.
Já fomos onde nunca estivemos!
Já fomos todos os dias do calendário, todas as palavras do dicionário,
Todos os versos do poeta, já enchemos o mar de sal!
Já rezamos, já desacreditámos, já vivemos tanto! e queremos viver ainda muito mais!...

domingo, 2 de maio de 2010

Dor

Escrevi há já bastante tempo um "post" intitulado: "Tenho saudades". E tenho e terei sempre. De algo, de alguém... Eram outras as circunstâncias, como verão...
O meu gatinho, hoje, foi viajar... Outrora fora levado por mim e pelo meu pai... Outrora... E este gatinho velho, fez-me sentir um pouco de paz, na agonia sentida, porque lhe bastou o Amor sentido e fez-me perceber que a vida continua e que o que vale a pena é o Amor que demos e que nunca morrerá... Chorei muito, muito,  hoje, mas mais do que ninguém, foi o meu gato velho que quando entrou na casa da praia, se sentiu feliz! Acredito que os felinos (e não só,  mas sou como os felinos) sentem o que continua a  Viver... Chamem-me louca. Mas não sou... Agora, vou falar com o meu pai...



Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- Porque ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.

Camilo Pessanha, Clepsidra

Todos os dias são dias de tudo

Desde pequenita que lá em casa me cantavam uma música de índole popular que dizia assim: " É triste perder um pai, como eu perdi o meu, mas perder a nossa mãe é perdermos um pedaço da vida que ela nos deu..." etc etc. Cada um sabe de si e "Deus de todos". Não direi nada sobre este assunto, mas no Universo cada um tem o seu lugar....
Agradeço a Deus por ter ainda comigo a Minha Mãe. Muito! Tanto!... Mas perder um pai... já vos disse que não vou continuar... Este poema é por demais conhecido, porém nele se encerram muitas verdades. Mãe, confia em mim, apesar de por vezezs acreditares que...

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o (a) menino (a)
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"


Não sou mãe, mas quem sabe...
Amo-te, minha tão querida mãe...

sábado, 1 de maio de 2010

Por que procuras onde sabes que não te dão resposta?

Tenho uma menina de 14, 15 anos que tem 3 livros editados. Tenho o conhecimento gradual e sempre cada vez mais consciente das coisas. Tenho a sensibilidade dos sentidos! Tenho a saudável loucura do ser! Tenho pessoas que me fazem sentir bem! Tenho a sabedoria seleccionada de quem encontro neste caminho de Vida! Tenho pessoas que me fazem sentir péssima. Tenho pessoas que desesperam!
Diz-se que "de boas intenções está o inferno cheio". Reflito... E tenho que concluir: há coisas que nunca mudam ( e o pior é que não estou a encontrar outras palavras para "coisas").
Às vezes suporto, outras vezes não suporto, outras vezes fico... transtornada. E uma dessas "coisas" é a ignorância, a pior das doenças e a que tem uma das percentagens mais elevadas nos rankings do ser! Incrível!
Sequência de defeitos (não por qualquer ordem): negação/ inconstância/ ignorância/ resistência à mudança/ orgulho/ pedância/ etc/ etc/ etc!!!
Tirem-me daqui! Que coisa! Vocês estão bem uns para os outros! Eu não! E garanto-vos que por comparação, ainda que seja apenas nesta terra, ainda terão mais vidas que eu para viver. Cresçam! E deixem-se de verborreias! Tenho a sorte de poder comparar! Mais vale só... O resto já sabem! Que coisa! Que irritação! Sabem que mais? Deixem-me! Eu prometo deixar-vos a vós! Já chega! Que seca! Fiquem no vosso lugar. Quietinhos! Não queiram mais do que isso... Sinceramente, é um conselho... Deixem-me! "Estou além!" Estou farta! Chega!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ouvir ou Escutar?

Já vos aconteceu ter um dia com tanto para contar e não querer falar sobre isso? A mim, acontece com frequência. E isso complica-me. Encontro pessoas que têm sempre tanto para contar... E eu que penso que tenho mais para contar... não conto. E parece-me que há um vazio. Tenho o dom da palavra, falo com muita e distinta gente, mas... deixo os outros contar. Porquê? Aborrecer-me-ão os pormenores de conversas? Pensarei eu que não é importante o que digo? Mas se foi mesmo importante... Sabem o que penso? Honestamente, há pessoas que não me deixam contar. E sabem o porquê desta conclusão? Porque com outras pessoas eu não só conto, como reconto, como comento, como divago, como questiono... O segredo está mais no ouvinte do que no contador. Por acaso, hoje contei tudo. Porquê? Porque há quem queira realmente escutar o que conto. Então, seja de manhã, à tarde ou à noite ou madrugada (apesar do meu ser coruja) conto a quem me quer ouvir. Parece-vos lógico de mais? Pois não é. Há dias para tudo. Mas, por favor, escutem os outros com pleno coração! Ouvir não é escutar, assim como mexer-se não é dançar, ou assim como comer não é saborear. Hoje contei tudo! Tudo o que tinha para contar. Estou grata.

Sensações

Havia no ar o cheiro de momentos,o sabor de contratempos, o murmurar de espigas queimadas pelo sol.
Todas os dias eram vividos como sereia no mar, esfera brilhante, diamante em bruto, menina de tranças. Escolhia uma estrela que repousava no aquém. Tinha a certeza do cheiro inebriante das flores que nasciam da terra macia que exalava vida. Era o refúgio dos heróis,a âncora cuja corda bailava ao sabor das marés.
E sussurrava de mansinho a música... A música... Aquela música.
Procura-se tudo no Todo. Procura-se uma lógica, procura-se um sentido. Onde está ele? No cheiro do meu café,no toque dos meus lençóis, no respirar distraído, no aconchego que tarda, nos meus dedos a sentir os alimentos coloridos. Não sei nada, mas sinto tudo, até o que é demais. E pior do que sentir tudo, é não sentir nada.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Fugas de gás?

Admiro a beleza das coisas. Se soubessem como me arrepio com seres que ensino... Eles ensinam-me a mim. Pasmo diante das palavras quentes e cheias. Não corrijo, não julgo os códigos literários. Eles escrevem e libertam-se. São adolescentes. Estão à procura. Eu... estou ávida deles, porque os adultos, não percebem que a alma humana não tem idade. Tenho alunos fantásticos! A sua voz, o seu timbre, os seus estares e os seus "sem estar" é o que me vai preenchendo. Um dia destes vou com eles para um lugar que ainda não pensei... Mas vou. Quero mostrar-lhes o que ainda não consegui mostrar.
Bom, tudo isto para dizer que hi5s e facebooks são vistos por eles como ... nada. Miúdos. Jovens. Loucos. Ávidos. Nem vou pedir desculpa a ninguém...
Se soubessem o que é sentir nos dias de trabalho, quando apetece apenas "fugir" deixar que me levem no vento... Se soubessem, o que se sente quando se comunica com carinhas de leveza, dor, paz, prazer... "Há sempre alguém que nos diz tem cuidado/ Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco/ Há sempre alguém que nos faz falta...". Às vezes queria ficar eternamente a escutar...
Os adultos são TÃO complicados... Lêem livros, reportagens, ensaios, notícias. Frequentaram a Escola, mas ela não os satisfez. E depois falam muito, criam afectação na voz, erguem-se no pedestal que acham que conquistaram. Que pena... Mais forte que as palavras, que a música, não há nada!
Bebem-se copos, fala-se de trabalho, dos filhos, dos cônjuges, das frustrações... Aprendam com eles! Eu aprendo e cresço. E aquela música já não é a mesma, aquele fado morreu, aquela banalidade exorcizou-se.
Os amigos... Que dizer? Tantas voltas dou na minha cabeça, tantas decepções... Mas tantas belas surpresas!
No sorriso das palavras que amo, tento encontrar a FORÇA.
Há coisas inexplicáveis!...
Orgulho-me de ver Humanismo nestes "meninos" e "meninas" que ao sabor da riqueza do conhecimento estão tão mais além!
Quero fazer uma pergunta: por que criticam os jovens quando os morangos desaçucarados e as novelas banais imperam??? Por que os criticam quando os devem guiar??? Por que se "riem" das paixões que eles tentam, tentam e tentam mostrar-vos???
Ah... Quem me dera poder ter feito parte ou fazer parte da reconstrução do mundo. "Sexo, drogas e rock'n roll". Garanto-vos que os anos 60(de que sou fã, apesar de não os ter vivido) foi o êxtase da alma, mas foi fuga da realidade.
Se eu puder, vou estar para eles, vou estar com eles, na geração que é frágil porque é humana, mas que vive alerta, com toda a legria e dor inerente ao ser humano.
Da história da minha vida fazem parte - e aparte avaliações e competições e contradições - os meus alunos... Aprendam com eles. São vossos filhos, sobrinhos, sei lá... Na história da minha vida, tenho heróis de carne e osso, plenos de tesouros... Por favor, olhem o que estão a fazer!
Depois castigam-nos porque começaram a fumar, a beber... A culpa é NOSSA! Ponto final.
O sexo são afectos, as drogas são a consciência de que o ser humano sofre e maravilha-se todos os dias e aceita isso. O rock'n roll é todo e cada gesto, todo e qualquer reflexo do corpo e da alma que vibra para ser MAIOR!
Quando os "adultos" me mostrarem que são humanos, eu vou "suportar" que julguem, que não entendam o que escrevi!
Eu, quando puder, e no fundo sempre que posso, saio daqui.
Este post dedico à Júlia, à Isabel, ao Joaquim à Lúcia ao Almeno, à minha Marta e ao meu Eduardo.

Le Petit Prince

Como mulher, passei por histórias que a maioria dos seres com que me cruzo consideram, hum... treta. Sim. Não tenho quaisquer dúvidas.  P...