sábado, 15 de outubro de 2011

Lamento a cidade vazia, ainda que o verão lhe dê a graça do calor. Lamento a gente fria que fala e comenta e frisa que "isto está tão pior!". Lamento a frieza dos que ensinam e não mostram. Lamento a timidez ds interessantes e interessados. Lamento tanta coisa. E continuo a considerar-me desalinhada...

domingo, 25 de setembro de 2011

Eyes on me

Em nós coexistem dois lobos. O mau e culpabilizador e o bom, que é verdade e amor. Ambos são muito fortes. Mas apenas um vencerá. Qual deles? O que for alimentado.

Ferida de morte

Não é um pé partido, uma gripe, o tempo cinzento, uma discussão, uma dúvida, um mal entendido que me mata. É a ingratidão gratuita de quem nos entregamos com amizade e honestidade.
A malícia e a estupidez estão nos olhos de quem as tem. A frustração de muitos castrará a verdadeira essência do que é ser humano. Vejam os paradimas. Reação em cadeia. Imitaçãp por irracionalidade.
Se te magoar, berra. Se te desiludir, fala. Porque nunca traí, porque nunca te deixei.

domingo, 19 de junho de 2011

A apologia do vício

Desconfia de quem não tem vícios! Há quem os camufle e chame de "obrigações", "hábitos", "maneira de ser" et caetera. O eufemismo dos certinhos da vida que nem coloco entre parêntesis nem nada. Afinal, vício é o tabaco, o álcool, o sexo, o roer as unhas, a droga, não é? Estatelar-se no sofá, ser distante e frio, snob e vazio, seduzir porque sim, mentir porque sim, dissimular porque sim, não são vícios??? Pois não. Felizmente, porque eu sou mesmo viciada (em pouca coisa) e não suportaria a analogia. Viciem-se mesmo! Nos vícios condenados. Pelo menos irão sentir e emoções!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Não há um único ser humano que não tenhas expectativas. Há sim aqueles que doseiam as emoções para não serem comandados por elas. Quem tem as duas palmas das mãos exatamente iguais, ou atingiu o estado elevado do Ser, ou é estático e persiste em cometer os mesmos erros.
Nem estou certa do que estou para aqui a escrever...

sábado, 28 de maio de 2011

Genuinidades

A Arte é o gesto, é o sorriso forjado, é o olhar que vagueia num quadro que não se entende, é sabe fazer rir, quando se chora por dentro, é fingir sem fingimento, é o pezinho na areia e o mergulho no mar, é a voz domesticada, é o cruzar de uma perna, e o vento que se procura para conseguir a melhor fotografia. Há muitos artistas, mas muito poucas obras de Arte.

Viagem é Recolhimento

Quando viajo de avião, quero estar só. Não quero mãos a agarrar, rostos a empalidecer, cortes de respiração, e muito menos conversas circunstanciais. Estou a voar, percebem? Não me interessa a histeria colectiva dos que voam sem saber.

Metáforas

Rasguei, sem querer, um pano de cetim. O castigo foi cruel. Era um pano. Mesmo sendo de cetim. E eu era feita de carne e osso e alma, espírito e matéria, pensamento e sonho. O pano era apenas de cetim.
Agora, tenho à minha frente um pano de cetim. Convido todos para a minha festa. Estão felizes pela festa e pelo pano de cetim... Subo ao palco. Sorrio e sorriem-me. Pego no pano de cetim. E, agora, só eu sorrindo, sem desdém, apenas calma, rasgo o pano, o de cetim, lanço ao ar a cor desbotada e ainda que a canalhada grite histérica para mim... estou a borrifar-me para o pano de cetim.
Cântico Negro, José Régio

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!



Que dizer mais?... Nada...

sábado, 14 de maio de 2011

Efetivamente

Passar de bestial a besta é uma experiência extraordinária. Digo isto, como quem come um hamburguer com montes de quetexape (???) e maionese. Simplesmente, porque já fui bestial e besta, e besta e bestial... andamos ao sabor dos humores, meus e teus... deles e delas... Felizmente, existe o ponto final [.]
Deixei-me das reticências e das inconsistências das fábulas que me querem contar. Faço o papel de estúpida, só para que pensem que acredito na moral da história! Infelizmente, nestas divagações públicas há que limitar o que não é permitido. !
"Só eu sei, porque não fico em casa", só que "é ter na alma a chama imensa!". E claro que isto não tem nada a ver com o futebol!
Acreditem que não acho mesmo piadinha nenhuma a esta...coisa. Mas, na sequência do "post" anterior: a culpa é da Eva! pergunto: como podeis amar aquele que não conheceis? Pois, eu pecadora, me confesso: primeiro estranho, depois entranho. E não é simples. É humano. Foi para rimar, apenas... "Adoro as pulgas dos cães e todos os bichos do mato, o riso das crianças dos outros, cágados de pernas pr'ó ar..." E, efetivamente, não gosto de aparências!

Estranho...

O pecado original, aquele da Eva e do Adão, com a serpente e a maça, só poderá ser redimido quando a idade média acabar... Hein?! Já acabou???!!! Não tinha percebido!!! Então já passou o tempo da inveja, de Caim e Abel???!!! E da fogueira das "bruxas"???!!! E dos julgamentos anti satânicos???... Então não chegamos ao Renascimento???!!! As Descobertas marítimas, científicas???!!! Não ultrapassamos Freud???!!! AH... É bricadeira, não é?:) Não é possível!..........!.............!...! Devo ter estado a dormir!



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lenga-lenga

Ah!... a infância... onde há sonhos de princesas, casinhas de papelão, bolos enormes cobertos de chocolate, pesadelos, para que fôssemos aconchegados... onde todos aceitavam as nossas brincadeiras e, se não o faziam, fazíamos nós a birra, só para nos verem chorar... Ah!... Ainda que a infelicidade entrasse, havia sempre o "Verão Azul"... O meu irmão tagarelava-me assim, só para me ver sorrir: "Sentado num avião, percorri todo o Japão numa bela madrugada. Numa noite de horror, avariou-se-me o motor... atirei-me cá p'ra baixo! Às promessas que eu fazia, talvez me sentiria, Tarzan, o homem-macaco. Mandei-lhe 3 bochechos tão direitinhos aos queixos que o bichinho até dançõu. Dei-lhe 4 cabeçadas, ficou de pernas cruzadas, nunca mais se levantou! A murros matei leões, elefantes, tubarões e valentes crocodilos, papagaios e mosquitos, pintassilgos, periquitos, moscas, baratas e grilos"... Deve faltar alguma parte, mas foi isto que a minha memória selecionou:)... Ah!... E eu, depois de ouvir 500 mil vezes a lenga-lenga, esbugalhava os olhos e ria e ria... da mesma forma... sem ter histórias, crescia ao sabor de pedaços rasgados de magia. E não se deve esquecer... nem a queda mais dolorosa, curada pelo carinho da mãe...

sábado, 9 de abril de 2011

Ver antes

Havia no fundo um rochedo. Mas o mal, foi que não viu as águas pantanosas em que mergulhou. Então, qual o mal do rochedo no fundo? Nenhum.

Enganos

Tudo me transcende...até o céu coberto de algo indefinível que retém um calor absurdo de sustentar! Quero sentir as rosas e os amores-perfeitos. Quero sentir um friozinho que sibila a primavera, um não sei quê que se espreguiçava no ar, de manhã à noite... Ah... Tudo me transcende e fico só... Vejo por olhos de águia e cheiro por antenas de formiga. E fico só... detesto que me atrapalhem os dias, as noites e os minutos! Seja quem for. Detesto que me acordem do que estou a sonhar, vivendo! Detesto! É insuportável!
Oiço tudo com a voracidade da abelha e vejo tudo a 3 dimensões. Que coisa!Dou por mim a rir dos engraçados. Dou por mim a querer estar noutro lugar, sempre...
Onde está tudo? Onde está o delírio perfeito? Onde? Não... não é no passado. É aqui, agora, neste lugar, onde labuto, mas, que afinal, não construo. Talvez seja a tal névoa que retém o calor insuportável de abril... talvez... se me quisesse enganar.
Não, não! Não é para fugir. É para aceitar... Até onde e como for.

domingo, 3 de abril de 2011

Revisitar

A vida é labiríntica. Porque a escolhemos, ou porque não tivemos a oportunidade de a escolher. Há a memória, o registo aparentemente inócuo de vivências que não se escolhem. Há poucas pessoas que sabem o valor das coisas, mas sobretudo é muito reduzido o número de pessoas que sabem que há marcas indeléveis do passado que são fósseis no presente. Não é uma decisão final, nem fatal. É simplesmente uma constatação. Ontem, mais uma vez confrontei-me com realidades humanas e dolorosas. Não estamos bem, quando vemos lágrimas nos olhos de quem não sabe o que fazer... Se já vivenciamos essas dores, misturamos o sal das lágrimas e, se não formos egoístas e absurdamente hedonistas, sabemos muito bem o que se passa.
O passado só o é se o entendermos e se tivermos suporte, pois, de contrário pode tornar-se sempre presente. E tal não é real. Mas é real a dor. É preciso revisitá-la. Mas... que dizer a alguém que apenas observa mentiras, e crê que são puras verdades, porque é muito jovem para o saber?...

terça-feira, 8 de março de 2011

Início

O urso acordou. Acordou, simplesmente. Ninguém o perturbou, nada o influenciou. Acordou. Apenas. Não tem pressa, não sente pena, nem angústia. O Universo chamou-o num afago mudo, tão somente, porque ele sabe que há limites de Tempo para hibernar.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Porquê?...

Pergunta sempre: "porquê?" A resposta pode demorar tanto, mas mesmo incrivelmente tanto! Mas ela chega. Oh, se chega! A resposta chega. E, a partir daí, fecha a página.

Amigos

Afinal quando é que somos amigos? Amigos! Amigos! Amigos! Num flme, já nem sei qual... alguém contou uma história. Um passarinho voava, voava, voava, livre. Quando... um cão enorme, distraído, quiça, lhe deu com a pata e o passarinho atingido foi ter a um monte de excremento. Lutou, lutou com todas as forças para dali sair, mas em vão. Não se conseguia libertar. Passado um tempo passa um gato. Insidioso e frenético, com as suas garras felinas, mexe e remexe... E tira o passarinho do monte de excremento! Livre! pensou. Só que, logo de seguida, sem tempo para sentir esta liberdade... o gato comeu-o! A história ensina o seguinte: nem sempre quem te põe na merda é teu inimigo, e nem sempre quem te tira da merda é teu amigo. Por isso, desde que estejas quentinho... deita-te estar...

Os meus AMIGOS (maiúscula) trago-os no coração. Os meu amigos (minúscula) deixo-os escolher, com cuidado... Os meus inimigos... observo... simplesmente... observo...
É que, efectivamente, em nome do amor e da amizade se cometem grandes atrocidades. 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Teoria do Abraço II

Abraços! Persisto e insisto... Aquele abraço... Mesmo abraço... Como se fossem as raízes das árvores, a plenitude do Oceano, o calor do Sol, todo o Universo a dá-lo! Não em épocas de saldos, não em momentos efémeros, não em cortesias sociais, não em tentativas de "calar" discussões, não num gesto de "eh pá, brigadão", não, não, não! ... Raridade, necessidade, completamento, renascimento em muitos e longos minutos, frequentemente, sem adiamentos e muito menos constrangimentos...tudo, tudo, tudo... Aquele abraço...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Agora não...

É incrível o que as pessoas conseguem fazer, dizer, pensar! Recebi hoje e-mails (daqueles reencaminhados) a apelar à revolta dos professores!!! Ah, ah ah, ah.......
Inclusivamente, estava mais do que explícita a crítica aos professores que pediram aulas assistidas. Não me vou estender muito mais. Apenas vou dizer: EU e OUTROS lutamos, acordamos às 05.30horas da manhã (e quem me conhece sabe que isto é doloroso de fazer num sábado quando o resto do mundo está a curtir) para formar o mar de gente em Lisboa. 3 vezes!!! Fui, fomos presentes aos encontros sugeridos pela fenprof na cidade dos arcebispos! Greves! Fui, fomos a todas!!! Irritámo-nos, emocionámo-nos, complicámo-nos, para ler e-mails reencaminhados dos profs que disseram:"-vão sem que eu vou lá ter"!!! EU e OUTROS temos uma carreira no início. Não nos podemos já dar a certos luxos que esses/as queridos/as colegas se podem dar, ou NÃO. É lamentável! Possivelmente, não dará para conversar sobre isso!
Vi/ vimos colegas de idade avançada, casais, um a segurar a artrite do outro, num percurso longo e moroso. Vi gajinhas a fugirem para irem ao centro comercial( afinal as gajas são do Norte e são BIMBAS e infelizmente, profs...) Quanto às pessoas que reencaminham os tais e-mails é de rir a bandeiras despregadas!!! Tenho artrose, tenho os filhos, tenho... Olhem, estou convosco... mas...vão sem mim que eu vou lá ter... Muito mau! Muito deprimente e sinceramente circense!!!!!!!!!!!!!!



sábado, 22 de janeiro de 2011

Habituemo-nos

A escrita do meu blog será a partir de hoje no registo do novo acordo ortográfico. (Vou tentar.)


É o momento de praticar ações heroicas no mudar de uma Língua que é nossa e será sempre. Não adianta. As cidades são minúsculas os pontos cardeais também. Comecem as correções, pois qualquer ato não condizente será uma direção errada sem afeto ao país da modernidade. A memória coletiva deve seguir o projeto de ser um mundo do mundo, ao espetáculo da mudança! E quando recomeçar um novo ano letivo, estamos cá para direcionar as mentes do futuro. E não se esqueçam de escrever exmo sr. e não Exmo Sr. Fica mal! Que a grandeza do dito, esteja apenas na cabeça do sr. em questão.
No entanto, continuem, por favor o caminho do perfeccionismo! (Este "c" mantem-se) É pena. É uma palavra interessante pra não vestir roupa nova,
Estou muito confusa ainda... Mas não há que fugir. E não esqueçam que os que criam, agora creem. Ou descreem. Ah! Ah! Ah! Garanto-vos: isto é lindo! Sem ironias! Pelos menos há algo para nos entreter. Pelos menos aos que amam a Língua Portuguesa. Para os que não amam... Parece-me que não será por aqui que o irão fazer...

P.S. A seleção apresentada foi curta, mas continuarei.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Tudo

Encontrei um pedaço de Tudo e perguntei-lhe onde ia. Respondeu-me, como sempre, que ia e não respondia. Insisti e persisti. Afinal há que saber onde o Tudo se refugia para nos refugiarmos também. Respondeu, desagradado: - Vou. Que cansaço , o do tudo. Vai, de facto, mas será que volta?
Já irritada com a resposta e pronta a arrepiar caminho, interpela-me e proclama: Tudo passa, Tudo muda, Tudo cresce, Tudo chora, Tudo ri, Tudo crê, tudo descrê, Tudo cala, Tudo fala, Tudo escuta. Que queres mais? Que me destrua? Curioso este pensar...


Cigarra e Formiga

Interessa-me mais a formiga e a cigarra do que as conversas em que estou sem mim. Sejam pobres, sejam ricas, é tudo menor do que a fábula que significa bons tempos, boas recordações.

Simplesmente

Deixa-me, simplesmente, ser o que me sonho, o que me destino. Deixa-me as festas, o espreguiçar. Deixa-me a laborar-me. Deixa-me a enfeitar-me. Deixa-me a hibernar. Deixa-me o feitiço que é só meu. O lado oculto da tua bola de cristal está já negro de tanto o visitares.
Tu és quem eu quiser. Depende dos meus requintados, caprichosos e loucos desejos.

Le Petit Prince

Como mulher, passei por histórias que a maioria dos seres com que me cruzo consideram, hum... treta. Sim. Não tenho quaisquer dúvidas.  P...