A Arte é o gesto, é o sorriso forjado, é o olhar que vagueia num quadro que não se entende, é sabe fazer rir, quando se chora por dentro, é fingir sem fingimento, é o pezinho na areia e o mergulho no mar, é a voz domesticada, é o cruzar de uma perna, e o vento que se procura para conseguir a melhor fotografia. Há muitos artistas, mas muito poucas obras de Arte.
"As maiores loucuras são as mais sensatas alegrias, pois tudo que fizermos hoje ficará na memória daqueles que um dia sonharão em ser como nós: loucos, porém, FELIZES…" Kurt Donald Cobain
sábado, 28 de maio de 2011
Viagem é Recolhimento
Quando viajo de avião, quero estar só. Não quero mãos a agarrar, rostos a empalidecer, cortes de respiração, e muito menos conversas circunstanciais. Estou a voar, percebem? Não me interessa a histeria colectiva dos que voam sem saber.
Metáforas
Rasguei, sem querer, um pano de cetim. O castigo foi cruel. Era um pano. Mesmo sendo de cetim. E eu era feita de carne e osso e alma, espírito e matéria, pensamento e sonho. O pano era apenas de cetim.
Agora, tenho à minha frente um pano de cetim. Convido todos para a minha festa. Estão felizes pela festa e pelo pano de cetim... Subo ao palco. Sorrio e sorriem-me. Pego no pano de cetim. E, agora, só eu sorrindo, sem desdém, apenas calma, rasgo o pano, o de cetim, lanço ao ar a cor desbotada e ainda que a canalhada grite histérica para mim... estou a borrifar-me para o pano de cetim.
Agora, tenho à minha frente um pano de cetim. Convido todos para a minha festa. Estão felizes pela festa e pelo pano de cetim... Subo ao palco. Sorrio e sorriem-me. Pego no pano de cetim. E, agora, só eu sorrindo, sem desdém, apenas calma, rasgo o pano, o de cetim, lanço ao ar a cor desbotada e ainda que a canalhada grite histérica para mim... estou a borrifar-me para o pano de cetim.
Cântico Negro, José Régio
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
Que dizer mais?... Nada...
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
Que dizer mais?... Nada...
sábado, 14 de maio de 2011
Efetivamente
Passar de bestial a besta é uma experiência extraordinária. Digo isto, como quem come um hamburguer com montes de quetexape (???) e maionese. Simplesmente, porque já fui bestial e besta, e besta e bestial... andamos ao sabor dos humores, meus e teus... deles e delas... Felizmente, existe o ponto final [.]
Deixei-me das reticências e das inconsistências das fábulas que me querem contar. Faço o papel de estúpida, só para que pensem que acredito na moral da história! Infelizmente, nestas divagações públicas há que limitar o que não é permitido. !
"Só eu sei, porque não fico em casa", só que "é ter na alma a chama imensa!". E claro que isto não tem nada a ver com o futebol!
Acreditem que não acho mesmo piadinha nenhuma a esta...coisa. Mas, na sequência do "post" anterior: a culpa é da Eva! pergunto: como podeis amar aquele que não conheceis? Pois, eu pecadora, me confesso: primeiro estranho, depois entranho. E não é simples. É humano. Foi para rimar, apenas... "Adoro as pulgas dos cães e todos os bichos do mato, o riso das crianças dos outros, cágados de pernas pr'ó ar..." E, efetivamente, não gosto de aparências!
Deixei-me das reticências e das inconsistências das fábulas que me querem contar. Faço o papel de estúpida, só para que pensem que acredito na moral da história! Infelizmente, nestas divagações públicas há que limitar o que não é permitido. !
"Só eu sei, porque não fico em casa", só que "é ter na alma a chama imensa!". E claro que isto não tem nada a ver com o futebol!
Acreditem que não acho mesmo piadinha nenhuma a esta...coisa. Mas, na sequência do "post" anterior: a culpa é da Eva! pergunto: como podeis amar aquele que não conheceis? Pois, eu pecadora, me confesso: primeiro estranho, depois entranho. E não é simples. É humano. Foi para rimar, apenas... "Adoro as pulgas dos cães e todos os bichos do mato, o riso das crianças dos outros, cágados de pernas pr'ó ar..." E, efetivamente, não gosto de aparências!
Estranho...
O pecado original, aquele da Eva e do Adão, com a serpente e a maça, só poderá ser redimido quando a idade média acabar... Hein?! Já acabou???!!! Não tinha percebido!!! Então já passou o tempo da inveja, de Caim e Abel???!!! E da fogueira das "bruxas"???!!! E dos julgamentos anti satânicos???... Então não chegamos ao Renascimento???!!! As Descobertas marítimas, científicas???!!! Não ultrapassamos Freud???!!! AH... É bricadeira, não é?:) Não é possível!..........!.............!...! Devo ter estado a dormir!
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Le Petit Prince
Como mulher, passei por histórias que a maioria dos seres com que me cruzo consideram, hum... treta. Sim. Não tenho quaisquer dúvidas. P...