sábado, 27 de novembro de 2010

Parece-me justo...

Amores De Estudante

São como as rosas d'um dia,
Os amores de um estudante
Que o vento logo levou
Pétalas emurchecidas
Deixam no ar um perfume,
De um sonho que se sonhou.

Capas negras de estudante,
São como asas de andorinha
Enquanto dura o Verão.
Palpitam sonhos distantes,
Alinhados nos beirais
No palácio da ilusão.

Quero, ficar sempre estudante,
P'ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado,
Baixinho dentro de mim.

Os amores de um estudante
São frágeis ondas do mar,
Que os ventos logo varreram.
Pairam na vida um instante
Logo descem, depois morrem
Mal se sabe se nasceram.

Mocidade, Oh! Mocidade,
Louca, ingénua e generosa
E faminta de ilusão
Que nunca sabe os motivos
De quanto queira o capricho
Ou lhe diga o coração.

Quero, ficar sempre estudante,
P'ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado,
Baixinho dentro de mim.



Quero

Quero mostrar-te este mundo
Quero dar-te olhos p’ra ver
O que te toca no fundo,
Qual a razão de viver.
Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.

Se eu puder descobrir,
Quero deixar-te encontrar
A razão de permitir
O coração comandar.
Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.

Quero ensinar-te a amar!
Quero contigo aprender
A ter, na vida, um lugar
Perto de um outro ser.
Quero ensinar-te a amar!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Balada da Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente,
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.


Augusto Gil

domingo, 14 de novembro de 2010

Viver sempre estudante

Para quem pergunta o porquê da escolha desta profissão. Eternos Estudantes, Boémios Devotos e Sonhadores, porém Conscientes, Crentes no Futuro e nos Seres que Ensinamos! Ainda que nos depreciem, existe o fado inerente, o destino a cumprir. Ai, saudade!...



Carved in sand

Faz mais de um ano que iniciei este atrevimento pela escrita... na blogosfera. Junho de 2009. Tantas, tantas emoções! Tanto frio, tanto calor, tanta luz, tanta escuridão, tanta paz e tanta turbulência, tantos sonhos, tantas desilusões, tanta escrita parva e tanta escrita mais ou menos. Tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco. É importante celebrarmos efemérides, porque mesmo que pensemos, por vezes, que a vida é um vazio... Não é. Afinal, estalam castanhas nas tardes frias, bailam as folhas cor do bronze ao vento impetuoso mas sedutor do outono, fazem-se presépios (ainda sou do tempo e da crença) abraçam-se os companheiros da vida, está-se perto nos piores momentos quando todos compreendem o milagre da Vida e a sua crueldade! Muitos bebés, muitos cafés, muitas desilusões, muita, muita saudade...
Colocam-se as máscaras dos mascarados na Vida, no carnaval, celebram-se os santos que abençoam a mesa de vinho e broa e amigos; recebe-se a cor dada pelo sol e o sal dos mergulhos do calor dos corpos que apenas querem repousar... E a Vida permanece! Qual vazio? O vazio existe para quem é humano. Contudo... deve ser apenas um voo imperceptível do efémero. Anotemos, ainda que apenas no coração, o que vivenciamos, e descubramos que a Vida é um círculo ao sol, repetido, mas sempre feito de forma diferente.
Gosto das expressões "carved in sand" e "go with the flow" e "it's a beautifull day" e " não há mal que sempre dure" e "quero viver sempre estudante" e "depois da tempestade vem a bonança" e "ama e faz o que te apetecer" e "tres cosas ay en la vida: salud, dinero e amor"...
Gritos mudos, num mundo, numa cidade, num espaço. Ai quem me dera conseguir dizer com precisão, por palavras, todo o Mundo que existe em mim!...

domingo, 7 de novembro de 2010

Easy...

Não me parece que a vida tenha mudado. Nem me parece que o Sonho da Humanidade seja diferente. Nem tão pouco que os humanos estejam perto do abismo. O que me parece é que no ser humano existe uma espécie de vírus que apenas se mostrou agora.Recuso-me a acreditar que a Humanidade seja isto! Recuso-me a aceitar um vazio de tal natureza. Leio um livro para crianças e, se o vírus aqui está prestes a mostrar-se, eu descobri o antídoto!
Apesar dos fretes da vida que nos é imposta por quem não escolhemos, das amarras que são vivas, nunca nada é fatal! Agarrei-me a uma semana de aulas, esqueci a desgraça dos desgraçados e quis brincar de ser professora. Ainda que por instantes,levantei a cabeça e disse: Eu vou contribuir! E que venham todas as armas de destruição em forma de gente, porque as armas são gente. Não vale a pena! A gente será mais forte do que as armas! Enquanto o meu Mundo se metamorfosear, enquanto eu tiver suporte, enquanto tiver ouvintes nem que seja o gato que está na Mãe, não derrubarão o Ser!
Os desafios cruéis são impostos por impostores. Então, porque exasperar? Não vale a pena!!!... (sorriso)

Le Petit Prince

Como mulher, passei por histórias que a maioria dos seres com que me cruzo consideram, hum... treta. Sim. Não tenho quaisquer dúvidas.  P...