domingo, 11 de julho de 2010

Silêncio

Têm sido tempos muito difíceis. Poderia estar a querer falar da fome no mundo, da guerra, da crise nacional e mundial. Talvez interessasse mais às pessoas... Mas, como diz uma Amiga recente, "eu sei o que se passa no mundo, que pessoas morrem à fome, que há guerras e lutas de poder. Mas para quê saber de nomes e números e escutar o que de nada posso fazer. É a condição humana. Sei-o, mas não é essa a minha tarefa, a não ser que efectivamente possa fazer alguma coisa".
O que interpreto das palavras desta Amiga é que choramos pelo mundo e não choramos por nós mesmos e por quem está perto de nós. Para com estes poderemos fazer algo. E isso é verdadeiramente humano.
Dizia eu que têm sido tempos difíceis. Tenho falado muita coisa, escrito muita coisa(Não me refiro ao meu blog). Ainda não alcancei a maturidade que desejo... O que falo transparece o que está cá dentro mas só pela metade... Porém, o que falo e escrevo são os gritos mudos, os tais gritos mudos que advêm de um sofrimento e frustração atrozes.
Não quero falar nem escrever mais nada, não quero... Não vale a pena... Falo, escrevo, escrevo, falo...
A grande conquista estará em deixar de falar e escrever. Porque será aí que deixarei a mágoa de querer respostas que nunca terei. E escrevo e falo e falo e escrevo... O silêncio a que me devotam... É o que tenho que aprender. Sim e não com a mesma intenção... Maturidade: quando for para falar ou escrever, fá-lo-ei!
Todavia, efectivamente, o silêncio-desprezo e indiferença- é, na grande maioria das vezes, a melhor resposta, a arma mais poderosa. Aprendo convosco.

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