sábado, 3 de julho de 2010

Curas

Nem o poeta alguma vez poderá descrever o pôr-do-sol como o sentimos, o cheiro a maresia, o toque suave e áspero da areia, a neblina dos bosques, o cheiro do alecrim, a água morna a acariciar o corpo, o sabor das framboesas, o cheiro do açafrão, a lua e os seus contornos, o beijo, o suor, as lágrimas, o riso. Nem o poeta, que idolatro, alguma vez poderá mostrar o que é viver e sentir todos os dias.
A culpa não é dele. É da magnificência do Universo. As palavras não bastam a uma vida, pois a Vida quer que a vivamos. E a destreza do poeta permanece plangendo a harpa, para que estejamos atentos e, nem que seja por um mínimo instante, percebamos que se tenta, tenta-se sempre lembrar a beleza das coisas.
Sejamos poetas, todos, cá dentro. As palavras serão cada vez mais verosímeis. Mas apenas quando o quisermos, porque é preciso sentir e abraçar... Muito...

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