domingo, 2 de maio de 2010

Dor

Escrevi há já bastante tempo um "post" intitulado: "Tenho saudades". E tenho e terei sempre. De algo, de alguém... Eram outras as circunstâncias, como verão...
O meu gatinho, hoje, foi viajar... Outrora fora levado por mim e pelo meu pai... Outrora... E este gatinho velho, fez-me sentir um pouco de paz, na agonia sentida, porque lhe bastou o Amor sentido e fez-me perceber que a vida continua e que o que vale a pena é o Amor que demos e que nunca morrerá... Chorei muito, muito,  hoje, mas mais do que ninguém, foi o meu gato velho que quando entrou na casa da praia, se sentiu feliz! Acredito que os felinos (e não só,  mas sou como os felinos) sentem o que continua a  Viver... Chamem-me louca. Mas não sou... Agora, vou falar com o meu pai...



Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- Porque ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.

Camilo Pessanha, Clepsidra

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