domingo, 19 de julho de 2009

Perspectiva

Agora chega! É assim, CHEGA!!! Chega de abusos, chega de jogos, chega de inconstâncias, chega de arrogâncias, chega de merda, chega de palavras, chega de conversa fiada, blá blá blá! CHEGA!

Era uma vez, uma menina que vivia numa floresta encantada. Ou desencantada. Pois bem. Um dia, decidiu partir do conforto do seu lar e ir à procura de alguém que lhe desse razão para viver. Que caminhada esta! Ora era o sapo com a boca cozida que lhe prometeu a felicidade se o salvasse; ora era o macaco brincalhão que lhe dizia:" só tu me poderás mudar"; ora era o cão vadio que desesperava por amor e sugava as energias da menina, ora era o leão que considerava ser mais vistoso perto dela,; ora era o lobo (mau ou não, depende da vossa fantasia) que ora era meigo ora era CRUEL! E a menina transmutou-se. E, muito pior, NUNCA encontrou quem lhe desse a tal razão de viver. Perdeu-se por dentro, vivenciou as mais terríveis emoções! Assim foi durante muitos e muitos meses.
Precisou de partir... Mas... Esta partida era diferente. Não era já para casa, era para o Sábio das Encruzilhadas. Sabia da sua existência. Descreveram-no como a criatura capaz de fazer morrer a vida. Porém, disseram-lhe que, com esperança e liberdade no peito, Ele destruiria as mais tremendas amarras da alma.
Encontrou-o pelo cheiro da solidão. Ninguém o procurava há muitos e muitos anos. Arrojada, como qualquer ser num beco sem saída, perguntou atabalhoadamente tudo sobre ele. Gemeu, rosnou, vociferou, blasfemou, todavia... (Qual Adamastor, perante o Gama) e sem que ela perguntasse, exclamou, num tom horrendo mas sofrido, de quem percebe as leis: "- Por que procuras nos outros a razão para viver? Não percebes que o teu poder te fugiu quando te deste a quem não se deu verdadeiramente a ti???" Não, a menina não percebeu.
E continuou: "- O sapo só precisava de ti. Precisar não é amar. O macaco não consegue mudar os seus padrões. Não serias tu quem terias que o mudar. Essa seria a tarefa dele. O cão ao não ter amor próprio quis retirá-lo de ti. Serias o seu alimento, seria o teu maior tormento. Amor? Não se suga. Partilha-se! Ai o leão, é eterno este problema. Só te queria para te mostrar. O leão não ama. Aproveita as características dadas pela Mãe para camuflar a sua doentia frustraçãp. O lobo... Como podes tu, menina, encantares-te pelo lobo? Não vês o que é? Não percebes o que pretende? Elevar o seu ego, destruindo-te! A sua vaidade e egoísmo são desprezíveis!"
A menina parara no espaço e no tempo. Escutara como uma criança escuta a mais bela história de princesas e sereias e baleias a bailar em alto mar.

Ouviu-se um arrepiante, mas doce sibilar da Natureza, e o Sábio da Encruzilhada desapareceu...
A menina soube mais tarde qual a razão deste nome. Fora um magnífico soldado, que fascinado por um vagalume, numa noite enfeitiçada de Verão, se perdeu numa encruzilhada. Se os companheiros, por isso, perderam a batalha? Não. Mas existe na alma de alguns a crença de que nasceram para pagar alguma coisa. Se ajudou a menina? Ah... Nem se imagina! Mas por que se perdeu ele na encruzilhada? Por que não se perdoou?...

Quem será a personagem principal desta história? O Sapo? A Menina? O Sábio? O Lobo? O Macaco? Vocês é que sabem qual é o vosso protagonista. Contudo, como em todas as histórias que começam por:"Era uma vez..." determinem sempre uma moral da história. Eu retiro. Basta reler o início desta mensagem!

1 comentário:

  1. «devorei» todos os teus posts.
    Sabes que te adoro?
    Escreveste algures: «há alturas em que se perdoa tudo, outras em que não se perdoa nada...» Acho que sabes muito mais do que eu para me pôr a dar conselhos, ainda assim, arrisco dizer que perdoar é a chave do amor. Perdoar, não a maldade dos outros para continuarem a maltratar, mas a nós próprios por termos deixado alguém fazer-nos sentir menos do que aquilo que somos.
    TU ÉS PRECIOSA! Não deixes de acreditar nisto.
    Claro que neste processo de crescimento não estamos todos no mesmo patamar ( esta foste tu que me ensinaste, não sei se te lembras).Há pessoas que podemos ajudar a crescer, outras, o melhor é deixá-las.
    Uma vez, naqueles meus encontros de jovens que mete freiras e padres... alguém dizia «temos de nos reconciliar com a nossa história». É uma frase feita ( sei que não gostas), mas revejo-me nela muitas vezes. Estou a crescer, faço muita me..., todos fazemos,mas não podemos deixar que nos doa para sempre.É fundamental perdoar.
    Desculpa, o comentário extenso.
    beijos

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