Ai, meu irmão, se as nossas feridas se pudessem transformar em pirilampos e as nossas distâncias e silêncios em flores a desabrochar naquele cheirinho da Páscoa lá no quintal da nossa casa... Se pelo menos nos tivessem dado a força e a paz do Universo... Se ao menos as canções que cantámos fossem festivais de perene aconchego... Se ao menos nos fosse permitido continuar a chorar o fim do Verão... Se ao menos nós soubéssemos o caminho para a beleza das coisas... Tenho-te e fico feliz. Ríamos entre os desertos que atravessávamos, mas como só nós sabíamos rir, e apanhar sol... Tudo ficou para trás... Se ao menos conseguíssemos chorar... Meu irmão... Deixa... Vamos caminhar na praia, rir, rebolar, jogar à bola, cantar, fazer tudo o que só nós conseguíamos fazer! Sei que se conseguisses, escrever-me-ias o mesmo...
As memórias de infância são como marcas de sangue. São profundas e indeléveis, ainda que possam não ser verdadeiras.
ResponderEliminarDa infância, e da vida, devemos «guardar só,o que é bom de guardar», como diz a canção da Mafalda Veiga.
São importantes os laços. Os de sangue e os outros,os que se criam quando cativamos e nos deixamos cativar.
Tu cativaste-me.Por isso criamos laços.