Ironia do destino. "Detesto Saramago" dizia eu. Pretérito imperfeito. Preparo o "Memorial do Convento". Apaixono-me pelas coisas. Cuidado: não pelo que estou a sentir profissionalmente! Agora percebo: por que vive em Lanzarote, por que é amado por Pilar del Rio, por que a grande maioria dos portugueses não o suporta. É inteligente e sensível. A questão está no que ao percorrer as páginas de um livro eu me reencontrei como a mulher, pela visão de um homem. Baltasar e Blimunda... Sem ter em consideração o final trágico que o autor quis dar à história, esta é a perfeita união. Faz estremecer! Seduz! Cativa...
Farto-me de proferir auto críticas! Porque sou irónica, sarcástica, crítica e acredito que posso mudar o mundo! Afinal, não sou a única.. Não adquiri, ainda, o poder de libertar o meu verdadeiro eu. E chateio-me. Revolto-me. Entristeço-me... O poder libertador, transparente da palavra persiste em insinuar-se no meu caminho. Poderia dizer tanta coisa, mas não creio que haja mentes muito abertas e disponíveis! É verdade. Definitivamente, quero voltar a ser o que sempre fui: anarca q. b. Sabem porquê? Porque alguém de quando em vez me recorda, das formas mais variadas possíveis, que não faço parte do rebanho. E quem continuar a pensar que faço... Está enganado. Já passei noites a olhar as estrelas perante um céu escuro, escuro, Já passei noites a falar de coisas insignificantes para muitos. Já passei rios, caminhos descalços, despidos, humedecidos por lágrimas de tristeza ou de agradecimento e euforia! Já passei noites em claro. Já vi o dia a nascer. Já abracei, já beijei, já desatinei, já adormeci nos braços de alguém, já fugi da chuva e do vento. Já procurei a noite e o sol! Revoltei-me contra os outros, amei os outros, enalteci os outros, acarinhei os outros, fugi dos outros. Já joguei à bola, saltei rochedos, escutei murmúrios de ondas, de gentes, de solidão. Já fiquei à toa, já me escondi do mundo, já quis morrer, já ri com a maior vontade de rir! Já fui fútil, já fui muito inteligente, já fui completamente ansiosa, já fui tudo e nada... Já magoei. Já fui magoada... Mas... Blimunda, ensina-me a ver por dentro... Até ao meu encontro com "Baltasar". O Tribunal do "bendito" santo ofício é a sociedade que temos e esta está mais perto do que o que podemos imaginar.
Se um dia falarem de mim, que as primeiras palavras sejam "verdade" "tolerância" e "liberdade". Se assim não for, deixem-me estar sossegada... Um dia destes passo-me daqui na "Passarola" de Bartolomeu de Gusmão... Quando penso nisso, esboço um gande sorriso:)............ Mas não irei sozinha.
Com todo o carinho para quem me quer muito bem, desde as entranhas. Também vos quero muito bem!
Lindo...
ResponderEliminartodos deviam caminhar no sentido de serem eles próprios...
Só assim teriamos um mundo melhor.